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Indústria petroleira infla os alugueis corporativos no Rio

Cidade lidera aumento de custos imobiliários no mundo, diz consultoria

Alugueis subiram 86% em seis anos; crise econômica e redução de investimentos no setor interrompem altas

FABIO BRISOLLA DO RIO

O crescimento da indústria de petróleo no Rio gerou uma nova safra de investimentos em imóveis corporativos e elevou os alugueis acima dos patamares registrados em outras metrópoles do mundo.

Um relatório recente produzido pela consultoria imobiliária inglesa Savills citou o Rio como a cidade com o maior aumento no custo imobiliário nos últimos seis anos --um crescimento de 85,6% desde 2008. Os dados consideram os valores de alugueis comerciais e residenciais.

Especializada no segmento corporativo, a Cushman & Wakefield, outra consultoria internacional, identificou um aumento acima de 100% nos valores de locação comercial entre 2007 e 2012.

"O preço dos alugueis mais que dobrou em cinco anos", diz Thierry Botto, gerente da Cushman & Wakefield.

A curva ascendente, no entanto, foi interrompida pela retração constatada, principalmente no último ano, na indústria do petróleo no Estado do Rio.

"O cenário econômico nacional, a redução de alguns investimentos da Petrobras e os problemas com a EBX [petroleira do empresário Eike Batista] interromperam aquela curva de crescimento. Os valores agora estão estabilizados", avalia Marcio Vitorino, coordenador da divisão de escritório da consultoria Colliers no Rio de Janeiro.

Desde o início da década de 1960, quando o Rio deixou de ser a capital federal, houve um esvaziamento progressivo de investimentos no Estado, e muitas indústrias migraram para outras regiões.

O contexto econômico desfavorável provocou uma estagnação na construção de empreendimentos imobiliários corporativos.

"Quando as empresas de óleo e gás começaram a chegar ao Rio, havia poucos imóveis comerciais de qualidade disponíveis, e isso levou os preços às alturas", lembrou Thierry Botto.

BENEFICIADAS

Duas regiões da cidade acabaram beneficiadas: a Cidade Nova (bairro na região central do Rio onde fica a sede da prefeitura) e a zona portuária. Ambas com terrenos de grandes dimensões ainda disponíveis, concentraram os novos empreendimentos privados e do setor público.

Um dos edifícios projetados, batizado de Centro Administrativo Cidade Nova, começou a ser ocupado neste mês de setembro.

A companhia francesa Technip alugou metade do empreendimento, que soma 35 mil metros quadrados de área alugável. Vai pagar em torno de R$ 1,4 milhão por mês de aluguel.

"Nos próximos meses, teremos mais 115 mil metros quadrados em novos escritórios para oferecer aos nossos clientes", acrescenta Marcio Vitorino, da Colliers.

Diante de um cenário econômico que considera desfavorável, ele admite que a oferta de novos empreendimentos pode ser maior do que a demanda: "A tendência atual é de redução dos valores".

Para os próximos cinco anos, porém, a Cushman & Wakefield aposta em nova alta do mercado corporativo imobiliário. "As projeções sinalizam que a produção de petróleo tende a dobrar até 2019. Se isso acontecer, será necessário haver muito mais gente trabalhando."


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