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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Dólar ajuda a reduzir preço das commodities

Se os produtores já visualizavam uma série de problemas com a supersafra de grãos prevista para 2014/15, a situação fica ainda mais complicada com a "financeirização" atual do mercado.

Fernando Muraro, da AgRural, de Curitiba (PR), diz que o campo vive um ano impecável. Brincando com o título da coluna, diz que, "ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores, quando sempre houve um vaivém das commodities", este ano começou bem e está terminando bem no que se refere à produção. Ele se refere à safra norte-americana de grãos.

Muraro cita que os números da safra dos Estados Unidos prevista pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), embora recordes, já estão defasados na avaliação de parte do mercado.

Enquanto o governo norte-americano estima uma produção de 106,5 milhões de toneladas de soja, o mercado já prevê uma colheita de 108 milhões a 109 milhões. No caso do milho, a estimativa do mercado é de até 370 milhões de toneladas, acima dos 365 milhões do Usda. O resultado é uma queda acentuada nos preços.

Mas, além dessa retração provocada pelo recorde de produção, o setor vive uma pressão de baixa causada pela valorização do dólar.

"E essa financeirização afeta não só soja e milho, mas também as demais commodities, como açúcar, ouro, prata e minérios", diz Muraro. Com a alta do moeda, os investidores vão para o dólar e fogem das commodities.

Os dados são impressionantes. Desde 22 de maio, quando a soja atingiu o maior valor deste ano na Bolsa de Chicago --US$ 15,36 por bushel-- há uma queda de 40% no preço dessa commodity nas negociações da Bolsa.

No mesmo período, o dólar negociado no mercado futuro teve alta de 10%. Supersafra e dólar estão provocando essa derrocada dos preços, segundo Muraro.

Ele acredita que só o câmbio já foi responsável pela queda de 10% nos preços da soja no mercado futuro.

Os produtores brasileiros também são prejudicados pela queda da soja na Bolsa de Chicago, mas a recuperação do dólar no mercado interno, embora ainda tímida, dá um pouco de alívio, já que eles recebem mais reais pelo produto, que tem como base a moeda norte-americana.

DE OLHO NO PREÇO

cotações

Mercado interno

Suíno
(R$ por arroba)88,50

Frango
(R$ por kg)2,70

Chicago

Milho
(US$ por burshel)3,26

Trigo
(US$ por burshel)4,81

Área "As coisas aconteceram muito rapidamente", afirma Fernando Muraro, da AgRural. A confirmação da boa safra e a forte queda nos preços só vão afetar a intenção do plantio no Brasil na safra 2015/16. A atual já está definida.

Rentabilidade A área se mantém, mas a rentabilidade do produtor brasileiro com soja e milho vai recuar no período 2014/15.

Quanto cai Na avaliação da AgRural, as receitas dos produtores de Mato Grosso do Sul com soja, que foram de R$ 900 por hectare nesta safra que se encerrou, caem para R$ 480 na que se inicia.

Renda Esses valores se referem aos proprietários de terra. Os que fizeram arrendamento para o plantio vão ter margem bem menor. A rentabilidade recuaria de R$ 400 por hectare na safra 2013/14 para R$ 100 na 2014/15.

Milho Os efeitos desse recuo de preços já começarão a ser sentidos na queda de área de milho na safrinha.

Café Mais uma vez o mercado sofre o efeito da seca no Brasil. Previsões de queda na safra brasileira por consultorias especializadas empurraram para US$ 1,91 por libra-peso o primeiro contrato na Bolsa de Nova York.

Quanto sobe Ao atingir esse valor, o café registrou alta de 2,8% nesta segunda (29), acumulando 68% nos últimos 12 meses. O produto tem a maior alta entre as commodities neste período.


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