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Governo só vai rever meta fiscal depois das eleições
Planalto já admite internamente que superavit de 1,9% é inviável neste ano
Assessores afirmam que número pouco acima de 1% é factível; ajuste fiscal a partir de 2015 deverá ser gradual
Apesar de já considerar inviável a meta de superávit primário de 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, o governo Dilma Rousseff só vai admitir oficialmente o descumprimento e indicar a nova promessa de economia de gastos após as eleições.
Segundo um assessor presidencial, o debate eleitoral adiará decisões e medidas do governo na área fiscal. O receio do Planalto é que o tema se torne munição para a oposição atacar a política econômica da presidente.
Após a campanha, contudo, a equipe de Dilma avalia que o governo terá de dizer que meta perseguir neste ano e o que fará para melhorar as contas públicas em 2015.
Os dois movimentos, segundo assessores, são necessários para recuperar a credibilidade fiscal do governo e, assim, amenizar as turbulências no mercado esperadas se a presidente se reeleger.
Os resultados do superávit primário --economia do setor público para pagamento de juros da dívida-- são os piores desde 1998. Há quatro meses, as contas do Tesouro são deficitárias.
Segundo a Folha apurou, o ajuste fiscal a ser prometido para 2015, na hipótese de reeleição da petista, será gradual. Um assessor diz que a orientação da presidente é não adotar medidas radicais, que pareçam com o arrocho que ela critica na campanha.
A ideia é prometer um superávit primário em 2015 na casa dos 2% do PIB. A meta seria crescente, nos anos seguintes, condicionada ao crescimento da economia.
Neste ano, a expectativa do governo para o superávit primário ainda é otimista, pouco acima de 1% do PIB, segundo assessores --patamar considerado inatingível por analistas de mercado.
Para um assessor presidencial, o péssimo resultado fiscal se deve da desaceleração econômica e do ano eleitoral, no qual um corte maior no Orçamento ia se contrapor à linha defendida por Dilma.