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Pagamento a acionistas neste ano perde da inflação, aponta estudo

Valor leva em conta média de proventos pagos por ação de todas as empresas listadas em Bolsa

Remuneração de janeiro a agosto iguala o R$ 0,70 de 2013; em valores reais, dividendo e juros ficam menores

FABÍOLA SALANI DE SÃO PAULO

Estudo elaborado pelo Instituto Assaf, especializado em avaliação de empresas, mostra que, em 2014, os proventos que as empresas abertas brasileiras pagaram a seus acionistas empataram com os pagamentos feitos em 2013, de R$ 0,70 por ação.

O cálculo leva em conta dividendos e juros sobre capital próprio distribuídos por todas as companhias abertas listadas em Bolsa no país.

Os valores são nominais. Considerando que de janeiro a agosto deste ano --base do estudo de 2014-- houve inflação de 4,02%, o poder de compra dos pagamentos feitos neste ano foi menor do que o do ano passado.

"Esse resultado mostra que as companhias estão lucrando menos neste ano, em média, que em 2013", diz o professor Alexandre Assaf Neto, diretor do Instituto Assaf.

Os proventos são uma das formas de ganhar dinheiro com investimento em ações. Outra é o ganho de capital, que é vender os papéis por preços maiores do que os pagos na compra.

Por isso, Assaf Neto considera que o resultado não deve desestimular o investidor. "O dividendo não deve ser o único parâmetro usado para aplicar", afirma.

O professor esclarece que o estudo faz a média do que foi pago nos 12 meses de 2013 e do que foi pago até agora no ano. Por isso, diz, a média de 2014 pode mudar e inclusive cair, se até o fim do ano as companhias pagarem menos do que distribuíram aos acionistas até agora.

Estudioso do tema e autor do livro "Viva de Dividendos", Fernando Leitão da Cunha, diretor da Hoya Corretora, avalia que a estagnação de 2014 se deve principalmente a dificuldades do setor elétrico, que sempre foi ótimo pagador de dividendos.

Primeiro, a lei nº 12.783 mudou as regras de concessão e afetou os ganhos de algumas dessas empresas, com vistas a reduzir a conta de luz.

Neste ano, a baixa dos reservatórios de hidrelétricas obrigou as distribuidoras a comprarem energia mais cara gerada pelas térmicas e, com isso, se endividarem.

Por esse motivo, Cunha avalia que no próximo ano o pagamento aos acionistas de algumas elétricas será ainda menor. "Elas entram em 2015 mais endividadas, terão de pagar esses financiamentos e, por isso, vão ter menos lucro a distribuir", alerta.

Por isso, ele recomenda que o investidor que tem ações visando receber dividendos sempre fique atento. "Se perceber que os papéis que tem estão pagando menos, ele pode trocá-los por outro que remunere melhor."


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