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Crise na indústria zera o ganho de renda de empregados em 12 meses

Indicador era o único que ainda dava sinais positivos no mercado de trabalho industrial

Pessoal ocupado caiu 0,4% em agosto sobre julho; foi o 5º mês consecutivo de contração no emprego

PEDRO SOARES DO RIO

O mercado de trabalho em desaceleração já compromete a renda dos trabalhadores do setor industrial. Os salários caíram, em média, 1,6% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2013.

O fraco desempenho zerou o aumento do rendimento nos últimos 12 meses, dado de longo prazo que era o último do setor que ainda mostrava algum fôlego, no âmbito do mercado de trabalho.

A indústria vive uma crise iniciada no fim de 2013.

A produção em declínio resultou numa queda do emprego de 3,6% frente a agosto do ano passado --35º mês seguido de retração. O pessoal ocupado caiu 0,4% frente a julho. Foram cinco meses consecutivos de contração no emprego, com uma perda acumulada de 2,9%.

COMPETIÇÃO POR VAGAS

A renda foi o último indicador a ser abatido pela crise industrial em curso, segundo analistas do setor, porque há uma competição por mão de obra qualificada, especialmente com empresas do setor de serviços. Menos pessoas estão dispostas ao trabalho na indústria, em geral mais pesado.

Ainda que a indústria pegue melhores salários, o aumento da renda familiar nos últimos anos permitiu um "colchão" especialmente aos mais jovens para que se mantenham mais tempo a estudar ou atuem em serviços e comércio --por vezes em meio período.

Há ainda, no debate econômico atual sobre o mercado de trabalho, o componente demográfico. É que, com a menor natalidade nos últimos anos, menos pessoas entram no mercado de trabalho. Ou seja, existem hoje menos pessoas entrando no mercado de trabalho.

De julho para agosto, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria avançou 0,5%. O índice, porém, não recupera a perda de 5,1% acumulada nos dois meses anteriores.

No índice acumulado nos oito primeiros meses do ano, ainda resta uma variação positiva de apenas 0,4%. O ritmo de crescimento, porém, é abaixo do verificado no fechamento do primeiro semestre do ano (1,3%).

Mantida a tendência de agosto --o que é possível, já que a produção da indústria segue em queda em relação à de 2013--, especialistas não descartam que a renda feche 2013 no vermelho.

Para Rodrigo Lobo, técnico do IBGE, o quadro de "piora" do emprego e da renda só "se acentua" a cada mês.

Outra explicação para a retração da folha de pagamento é que menos pessoas estão empregadas atualmente e, provavelmente, com salários menores.


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