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Lei sobre o lixo dá força a novos tipos de negócio

Pequenas empresas podem melhorar a logística dos resíduos das grandes

Legislação exige que fabricantes recolham e destinem corretamente os restos gerados na cadeia de produção

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

Apesar de ainda enfrentar limitações para ser cumprida integralmente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos abre oportunidades de negócios para as pequenas e médias empresas.

Instituída pela lei nº 12.305/2010, a política entrou em vigor em agosto deste ano. Ela exige que fabricantes, distribuidores e vendedores recolham e destinem corretamente o lixo gerado em diversas etapas da cadeia --da produção ao consumo.

A lei cria um ramo de atividade: o de prestação de serviços para grandes empresas que desejem terceirizar a logística reversa, ou seja, permitir o retorno dos resíduos ao fabricante para que eles sejam reaproveitados.

"Nem todas as empresas têm logística própria para cumprir a lei. Com agilidade, os pequenos empreendedores podem resolver o problema da grande empresa", diz Carlos Alberto dos Santos, diretor-técnico do Sebrae.

NOVA RECICLAGEM

Além das tradicionais cooperativas de catadores, começam a surgir iniciativas inovadoras para trazer o lixo de volta ao processo produtivo.

É o caso da Papa Cartão, recicladora de cartões magnéticos. Criada há três anos, a empresa recolhe e recicla as unidades para a produção de novos cartões ou cadernos, porta-copos, chaveiros e até relógios, entre outros itens.

A ideia surgiu após a aprovação da lei, que levou o empresário Renato Soares de Paula, dono de uma fábrica de cartões magnéticos em São Paulo há 17 anos, a pensar em um programa de logística reversa para o produto. Acabou gerando um novo negócio.

Em uma máquina, usuários podem depositar os cartões e destrui-los por medida de segurança e, ao mesmo tempo, facilitar a reciclagem.

A ferramenta é alugada por clientes e pode ser encontrada em empresas e estações de metrô de São Paulo.

Com o sistema, Paula diz que ganhou mercados. "Hoje, eu vendo cartões porque tenho a logística reversa."

Dos R$ 3,6 milhões que a fábrica e a recicladora faturam por ano, cerca de R$ 600 mil vêm dos resíduos.

Francisco Luiz Biazini Filho é diretor-técnico da Rede Resíduo, plataforma on-line de negócios para compra e venda de resíduos entre geradores e recicladores.

Idealizado em 2006, o projeto aguardou a promulgação da lei para ser implementado. "Antes, não tinha demanda", diz Biazini.

Hoje, a Rede Resíduo tem entre seus clientes as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht no Panamá.


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