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Com exportações fracas, balança comercial deve fechar no negativo
Baixo desempenho é explicado por queda no preço de commodities e barreiras da Argentina
Mês de dezembro deve ter novo deficit, apesar de alta na cotação do dólar, que tende a ajudar exportadores
A balança comercial brasileira pode ter novo saldo negativo em dezembro. A possibilidade já é considerada como provável pelo Ministério do Desenvolvimento, segundo apurou a Folha.
Caso a previsão se concretize, será o segundo deficit mensal consecutivo, algo que não acontecia nesse período do ano desde 2000.
Em novembro, o saldo -relação entre importação e exportação- ficou negativo em US$ 168 milhões, o que significa que as vendas de produtos brasileiros para o exterior foram menores do que o valor de mercadorias estrangeiras compradas pelo país.
Um novo deficit em dezembro passou a ser considerado diante da frustração com o desempenho das exportações e a percepção de que as compras do exterior não devem ter queda significativa, a ponto de compensar o resultado.
Parte do baixo desempenho das vendas brasileiras é explicado pela crise mundial, que fez o preço das commodities despencarem, em especial o do minério de ferro, que caiu quase 30%.
Mas o crescimento das barreiras comercias impostas pelos parceiros do Brasil na América do Sul, em especial pela Argentina, também é elencado como um dos motivos para a queda. Até novembro, as vendas brasileiras para a Argentina caíram 21,2%.
As exportações não têm reagido nem ao estímulo cambial. Desde janeiro, a cotação do dólar subiu quase 12%. O real desvalorizado tende a ajudar os exportadores, já que os produtos brasileiros passam a valer menos em dólar, tornando-os mais competitivos no mercado externo.
A primeira semana de dezembro reafirmou a tendência de deficit verificada pelo governo: o saldo da balança comercial ficou negativo em US$ 463 milhões, segundo dados divulgados ontem.
Com isso, o governo já jogou a toalha sobre o desempenho das exportações em 2012. Até setembro, a meta era que as vendas chegassem a R$ 264 bilhões, ou 3,1% acima do registrado em 2011.
O ministério trabalha agora com um resultado 5% abaixo de 2011.
Segundo uma fonte do ministério, mesmo longe do inicialmente esperado, o resultado é bom, já que o superavit no ano está garantido e em 2011 houve recorde de exportações. Ou seja, a base de comparação é alta.
Para 2013, a aposta é que as exportações brasileiras alcancem o mesmo número deste ano ou tenham até mesmo uma ligeira queda.