Folha de S.Paulo

Vaivém das Commodities

Preço do boi gordo pronto para o abate enfrenta tendência de baixa

O preço do boi gordo, pronto para o abate, está com tendência de baixa. É um movimento típico no final de ano, quando o ponto mais agudo da entressafra passa e a arroba de boi recua de preço.

Os negócios, em queda, são feitos a R$ 95 por arroba no Estado de São Paulo. É prematuro, no entanto, falar em influência do caso "não clássico" de vaca louca que ocorreu no Paraná.

Nadia Alcantara, gerente-técnica da Informa Economics/FNP, diz que essa ocorrência no Paraná provocou um susto inicialmente.

A manutenção do Brasil na classificação de risco negligencial, no entanto, deverá fazer com que o caso paranaense tenha pouca influência no mercado. "A menos que apareçam novas notícias", diz ela. Daí a necessidade de o Ministério da Agricultura ter forte posicionamento na elucidação do caso à população brasileira e aos importadores, complementa.

Especuladores não faltam no mercado, segundo Nadia, principalmente porque a oferta de carne não é das melhores no mundo.

Os Estados Unidos, um dos principais exportadores, têm um de seus menores rebanhos nas últimas décadas. Além disso, Austrália e Argentina, outros importantes participantes desse mercado, encontram dificuldades na produção.

Nadia acredita que, diante desse cenário, o Brasil até deverá elevar as exportações de carne bovina em 2013.

Segundo os analistas da Scot Consultoria, o mercado de boi está especulado. Além da pressão baixista que já vinha sendo registrada, o temor agora é de eventuais efeitos vindos do mercado externo, devido à doença do animal paranaense.

Avicultura As exportações de carne de frango estão com ritmo bem mais forte neste mês do que no anterior. As vendas externas da primeira semana indicaram evolução de 32% em relação às de novembro.

Acima Os dados são do Ministério do Desenvolvimento e indicam vendas externas de 92 mil toneladas nos cinco primeiros dias úteis do mês. Mantido esse ritmo, as vendas poderão atingir 370 mil toneladas.

No ano A Ubabef (entidade do setor) mostrou ontem que as exportações do setor de avicultura somam 3,6 milhões de toneladas neste ano, mesmo volume de igual período do ano passado.

PRATA

+2,33%

Ontem, em Nova York

NÍQUEL

+0,88%

Ontem, em Londres

Dado desencontrado de café dificulta avaliação do setor

Está difícil ver os rumos do café no momento. Isso porque há muitas informações contraditórias, principalmente com relação à produção e aos estoques mundiais.

A avaliação é de Eduardo Carvalhaes Jr., do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP).

Ele não vê excesso de oferta, como alguns acreditam que haja. O Brasil termina o ano com metade da safra de 2012 já consumida via exportações e vendas internas.

"Se a safra realmente ficar nos patamares estimados pela Conab, não tem café sobrando como se fala."

Ele cita o exemplo brasileiro: somados os números de consumo da Abic (associação das indústrias) com os do Cecafé (exportadores), o país consumirá próximo de 4,7 milhões de sacas neste mês.

Para Conab, a produção de cana vai a 595 milhões de t

O Brasil tem 8,5 milhões de hectares plantados com cana nesta safra, 2% mais do que em 2011/12. O principal crescimento se dá no Centro-Oeste, que passou de 1,38 milhão de hectares para 1,50 milhão.

Os dados são da Conab, que estima produtividade de 69,8 toneladas por hectare, 4,2% mais do que na safra anterior. Se os dados se confirmarem, a produção atingirá 595 milhões de toneladas, 6,2% acima da anterior.

A Conab acredita que 294 milhões de toneladas de cana irão para a produção de açúcar. Outras 301 milhões, para o etanol.

A produção nacional de açúcar somará 37,7 milhões de toneladas. Já a de álcool será de 23 bilhões de litros.