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Análise crescimento & emprego

Jornada menor de trabalho compensa economia mais fria

Ritmo de contratação desacelerou, mas absorve novos trabalhadores; custo alto da demissão segura vagas

AURELIO BICALHO ESPECIAL PARA A FOLHA

A economia brasileira cresceu menos nos últimos dois anos. A expansão do PIB passou de 7,5% em 2010 para 2,7% em 2011 e deve chegar, provavelmente, a 0,9% em 2012.

Nesse ambiente, o ritmo de contratações diminuiu, mas não o suficiente para elevar o desemprego, pelo menos até o momento.

Alguns fatores ajudam a explicar essa discrepância, entre eles a composição do crescimento econômico e um fenômeno conhecido como "labor hoarding".

A desaceleração da economia, especialmente nos últimos dois anos, levou a um arrefecimento das contratações. A população ocupada, segundo a Pesquisa Mensal do Emprego (IBGE), chegou a crescer 4,3% em maio de 2010, mas atingindo um crescimento menor, de 1,3%, em dezembro do ano passado.

No entanto, no mesmo período, a taxa de desemprego passou de 7,0% para 5,5%.

A despeito da moderação, o ritmo de crescimento da população ocupada ainda se manteve acima da taxa de aumento da oferta de trabalho.

Em outras palavras, a expansão do emprego desacelerou, mas ainda era suficiente para absorver aqueles que entravam no mercado de trabalho.

Por que o crescimento da população ocupada não desacelerou mais? Um fator que ajuda na explicação é a composição do crescimento.

A desaceleração da economia foi mais intensa na indústria do que no setor de serviços. O PIB da indústria acumulou, em 12 meses, uma queda de 0,9% no terceiro trimestre deste ano, enquanto o setor de serviços avançou 1,5% nesse período.

Como o setor de serviços é mais intensivo em mão de obra do que a indústria, o mercado de trabalho sentiu menos o arrefecimento do crescimento.

Outro fator que pode estar contribuindo para a manutenção das condições favoráveis no mercado de trabalho é o fenômeno conhecido como "labor hoarding".

Esse fenômeno significa que os trabalhadores continuam empregados, mas trabalhando menos.

Há evidências de diminuição das horas trabalhadas por empregado na indústria, por exemplo. A expectativa de retomada da economia e os custos altos para demitir e contratar ajudam a explicar esse fenômeno.

Um período mais prolongado de baixo crescimento pode levar a um aumento da taxa de desemprego, pois aquelas empresas que estão mantendo os trabalhadores com a expectativa de retomada da economia poderiam optar por fazer o ajuste, reduzindo seus custos.

Mas isso é um risco, não o cenário mais provável.

Há sinais de retomada da atividade econômica, embora em ritmo moderado. A consolidação dessa retomada ao longo de 2013 deverá manter as condições no mercado de trabalho favoráveis, com a taxa de desemprego em patamar baixo e a renda em expansão.


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