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Análise

Ano de 2013 ameaça começar pendurado num abismo fiscal

ANDRÉ PERFEITO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De crise em crise, o capitalismo se reinventa transformando-se em plena autofagia destrutiva e criativa. O velho some, o novo surge, mas sua lógica permanece intacta. Como bem lembrou um "ex-banqueiro central" brasileiro dia desses citando o velho Marx, o capitalismo é capital que se valoriza.

Ao longo dos últimos três anos, estamos pulando de incêndio em incêndio, e o ano de 2013 ameaça começar pendurado num abismo fiscal que soa surreal a um ouvido mais atento. Afinal, como uma economia que se financia à zero de juros pode ter problemas fiscais?

Outro velho economista, Keynes, citando Lenin, nos lembra de uma estratégia simples de destruir o capitalismo: basta desmoralizar sua moeda. Se ela perde sua capacidade de ser equivalente geral, as relações sociais que regem a marcha da produção se liquefazem e, com isso, o investimento não se realiza.

A moeda se desmoraliza de duas maneiras. A primeira e mais óbvia é a inflação. Hoje a desmoralização se dá de forma diferente, na incapacidade de ela criar uma ponte segura entre presente e futuro.

O ano de 2013 simplesmente não quer nascer, os investidores se abrigam em baixo da asa do Tesouros norte-americano e alemão na esperança que os EUA e a Alemanha possam dar um novo significado para o futuro, mas Washington e Berlim se recusam em liderar o capital rumo à produção conduzindo uma política econômica histérica: com uma mão expandem o dinheiro e com a outra apertam os gastos.

O resultado dessa política é um curto-circuito no agente principal do capitalismo. O próprio capitalista se perde na incapacidade de se lançar no futuro, ou seja, investir.

A dificuldade é justamente em permitir que o novo surja, e essa é a origem do mal estar. O novo é o emergente. O polo dinâmico do capitalismo migrou, mas o centro não percebeu. E o pior, nós também não percebemos isso e estamos adiando o que deveria ser natural. O ano de 2013 vai começar mais tarde, mas, acreditem, vai começar.


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