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Preços subirão acima de 4,5% pelo menos até 2014, projeta BC

Diretor de Política Econômica diz que organismo não está "confortável" com índice na casa dos 5% ao ano

Mercado de trabalho apertado e alta de gastos estatais vão manter preços acima de 5%, afirma analista

DE BRASÍLIA

O Banco Central estima que a inflação ficará acima do centro da meta anual de 4,5% durante todo o governo de Dilma Rousseff.

É a primeira vez que o órgão divulga projeções até dezembro de 2014, quando acaba o mandato da presidente.

Neste ano, apesar da frustração com o crescimento da economia no terceiro trimestre, o BC elevou sua previsão para o IPCA (índice de preços do IBGE). Normalmente, economia desaquecida deveria implicar inflação menor.

A expectativa agora é que o índice feche o ano em 5,7%, em vez dos 5,2% projetados há três meses. Para os dois anos seguintes, o BC prevê que o IPCA vai recuar, mas ficará quase sempre acima de 5%, chegando em poucos momentos a 4,8%.

A meta de inflação tem margem de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Em 2011, o índice ficou em 6,5%, teto do objetivo oficial.

Os novos dados constam no relatório trimestral de inflação, divulgado ontem.

O motivo da alta da projeção para 2012, segundo o BC, foi o aumento nos preços de algumas commodities (insumos básicos negociados internacionalmente), fenômeno que já perdeu fôlego.

O Banco Central trabalha sempre com dois cenários. Um que considera que a taxa de juros básica (Selic) e o câmbio permanecerão constantes no patamar atual, e outro que incorpora nos cálculos as projeções de economistas de mercado para essas duas variáveis. No dois casos, a inflação projetada fica sempre acima de 4,5%.

No relatório anterior, do BC apostava em desaceleração mais acentuada dos preços, com a inflação chegando ao centro da meta no terceiro trimestre de 2013.

Apesar da inflação mais alta, o BC voltou a afirmar no relatório que a Selic deve permanecer estável por um período "suficientemente prolongado".

Para o chefe de pesquisa para a América Latina da Nomura, Tony Volpon, isso indica que o BC está na verdade perseguindo uma meta de 5%. Na sua avaliação, o mercado de trabalho apertado e o aumento dos gastos do governo manterão a inflação acima desse patamar.

'NÃO CONFORTÁVEL'

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse que o BC "não está confortável" com a inflação na casa dos 5%.

Reconheceu, porém, que reduzir mais o índice afetaria o crescimento econômico.

"Combate a inflação sempre envolve custos. Em economia, não tem nada de graça", disse.

Entre os fatores que vão permitir a queda da inflação no próximo ano, segundo Hamilton, estão a estabilização dos preços das commodities e da taxa de câmbio.

Por outro lado, para ele, a continuidade do aumento da renda e a retomada do crescimento vão impedir uma redução mais acentuada.


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