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Rendimento em alta incentiva a entrada de novos trabalhadores

Com mercado de trabalho aquecido, até quem não buscava emprego passou a tentar uma vaga

Demanda por mão de obra maior que a oferta se reflete em salário maior, o que pode gerar pressão inflacionária

ÉRICA FRAGA MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

O número de brasileiros ocupados ou dispostos a conseguir um emprego subiu mais do que o dobro que o de pessoas com idade para entrar no mercado de trabalho pelo segundo mês consecutivo em novembro.

Essa tendência é explicada pela grande demanda por mão de obra e contrasta com a fraqueza da economia.

Segundo analistas, o aquecimento do setor de serviços -em um cenário de consumo doméstico ainda forte- é o principal responsável pelo aperto crescente no mercado de trabalho.

Como a busca por trabalhadores tem excedido a oferta, o desemprego continua recuando -chegou a 4,9% em novembro-, e os salários seguem em alta. Em um ano, o rendimento aumentou 5,3%, já descontada a inflação.

"Os salários mais altos acabam atraindo para o mercado potenciais trabalhadores que antes não estavam buscando emprego", afirma o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC e colunista da Folha.

Isso explica por que a PEA (População Economicamente Ativa) -que engloba trabalhadores ocupados e aqueles em busca de emprego- subiu a um ritmo forte de 2,5% em novembro em relação ao mesmo mês de 2011.

Essa expansão foi muito superior à de 1% da PIA (População em Idade Ativa), que inclui as pessoas em idade para trabalhar (dez anos ou mais, segundo o IBGE).

Em outubro, esse hiato grande entre a expansão das duas variáveis já havia ocorrido. Em consequência, a taxa de participação no mercado de trabalho (fatia que a PEA representa em relação à PIA) atingiu 58,1% em novembro, maior percentual desde setembro de 2003.

"Isso é resultado do mercado de trabalho aquecido", afirma o economista Caio Machado, da LCA Consultores.

Para Schwartsman, o risco desse cenário é o de maior pressão inflacionária, puxada pelos preços de serviços.

Defrontado com custos salariais mais altos, o setor de serviços tem espaço maior para reajustar preços.

A baixa produtividade da mão de obra menos qualificada que tem sido contratada também contribui para que o mercado de trabalho gere pressão inflacionária.

Como a contratação de novos trabalhadores não tem gerado ganho de eficiência e os custos com salários têm subido, os empresários tendem a querer compensar essa redução de margem com aumento de preços.

No setor industrial, no entanto, essa tendência não tem ocorrido. Ao contrário do setor de serviços, a indústria enfrenta concorrência externa e tem menos espaço para repassar custos mais altos para os preços. Isso tem levado a uma compressão de margem no setor que ajuda a explicar a resistência dos empresários em investir mais.


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