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Sociais & Cia

Prêmios induzem cotidiano sustentável

Empresas criam premiações para incluir a sustentabilidade em suas agendas e incentivar práticas de inovação

Estratégia pode agregar valor e melhorar a cultura da companhia, mas não pode ser algo pontual, diz especialista

MAÍRA TEIXEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O tema sustentabilidade precisa de um tempo de maturação para colher frutos em grandes empresas. Parte desse processo para incluí-lo na agenda das corporações é promover premiações para incentivar o público interno a inovar com práticas e ideias.

Para especialistas no tema, essa é uma estratégia que pode agregar valor ao negócio e, diante dos desafios ambientais, econômicos e sociais do Brasil, deve ser encarada como uma porta para oportunidades de negócios.

A premissa para que o prêmio melhore a cultura empresarial é não ser apenas uma estratégia pontual, como diz o professor da Fundação Dom Cabral Heiko Spitzeck.

"Tem de estar vinculado à estratégia de inovação da empresa. As premiações só atingem seu objetivo se extrapolam os ganhos para a sociedade e promovem melhoras nos processos e avanços na sustentabilidade", afirma.

Spitzeck crê que a forma como o prêmio se apresenta e sua abordagem indicam a maturidade da empresa. O futuro ideal seria criar um modelo de negócios permeado pela sustentabilidade.

"O caminho é gradual. Os valores dos projetos premiados devem ser incluídos no modelo de negócios e devem promover mudanças estruturais, senão caem no vazio."

"Prêmios e ações no Brasil já fazem empresas e colaboradores entenderem que o consumo de recursos pode ser reduzido e a lógica sustentável é viável. É preciso incluir isso no DNA das empresas", diz Spitzeck.

BUSCA POR SOLUÇÕES

Desde 2008, o grupo Camargo Corrêa promove, a cada dois anos, o Prêmio Inovação Sustentável para mobilizar seus 63 mil funcionários.

"Como o grupo causa grande impacto ambiental, pensamos no prêmio como forma de educação", afirma Carla Duprat, diretora de sustentabilidade do grupo. "Queremos mostrar que a sustentabilidade tem de ser transversal aos negócios", diz.

Com dois focos diferentes -prática e ideias-, a edição deste ano contou com 459 inscrições e o envolvimento de cerca de 1.200 pessoas. Duprat também crê na necessidade de estratégia integrada quando fala do modo como o prêmio tem de interagir com a cultura empresarial.

"O trajeto que nossas premiações, simbólicas [dão troféu ao vencedor], percorrem mostra que há interação e que gera grande interesse em propor novas soluções", diz.

"Pelos 'cases' apresentados, percebemos que a união de econômico, social e ambiental está ao alcance de todos. É a nossa perspectiva de evolução", afirma Duprat.

Em 2010, a prática vencedora sistematizou a aquisição de madeira de manejo sustentável para a construção da hidrelétrica de Jirau (RO).

"É um exemplo de mudança de cultura. É viável, entrou em nossos processos e quebrou o paradigma de preço mais caro para esse tipo de material. Os vencedores provaram que a madeira de manejo pode ter preços competitivos numa rede local de fornecedores", diz Duprat.

O prêmio, realizado desde 2008, tem jurados externos e várias categorias. A primeira triagem é interna, feita pela diretoria de sustentabilidade do grupo Camargo Corrêa, que pensa em abri-lo à participação de fornecedores.

LAÇO SOCIAL

O grupo Odebrecht, outro que aposta nessas ações, realiza dois prêmios: um interno, que existe há 20 anos, e um externo, que em 2012 teve sua quinta edição.

No Prêmio Destaque Odebrecht, para o público interno, os focos principais são o uso de matéria-prima e o fortalecimento social das áreas em que a organização atua.

"O processo é totalmente interno, inclusive a votação do vencedor. É uma maneira de aproximar nossos funcionários do tema e promover um amadurecimento do conhecimento sustentável", diz Sérgio Leão, diretor de sustentabilidade da Odebrecht.

O Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável, para o público externo, tem como objetivo estimular estudantes de graduação de todas as áreas de engenharia.

"Por ser a nossa base de formação de negócios, os acadêmicos dessa área podem contribuir muito em nossos processos e podemos, de alguma maneira, fomentar boas ideias", afirma Leão.

"Consideramos incluir projetos vencedores em nossos processos. É interessante que as soluções são compartilhadas e acessíveis a todos."


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