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Equipe econômica recorre ao BNDES para cumprir meta
DE BRASÍLIACom o aumento das despesas e a queda nas receitas da União, o setor público brasileiro teve o pior desempenho fiscal do governo Dilma Rousseff no mês passado, ao registrar deficit de R$ 5,5 bilhões.
No ano, a economia para pagar juros da dívida está acumulada em R$ 82,7 bilhões. Para cumprir a meta de R$ 139 bilhões em 2012, faltam R$ 56,3 bilhões, o que exigirá esforço dobrado da equipe econômica em dezembro.
Na tentativa de evitar descumprimento do valor fixado para o ano, o governo publicou ontem à tarde uma edição extra do "Diário Oficial da União" autorizando o
BNDES a repassar dividendos para o Tesouro de lucros apurados. O valor, porém, não foi especificado.
A equipe econômica conta com pelo menos R$ 29 bilhões em dividendos a serem repassados por estatais como BNDES, Caixa Econômica e Banco do Brasil neste ano. No entanto, até o fim de novembro, esses repasses somavam R$ 20,4 bilhões.
Outra alternativa já anunciada pelo governo para tentar fechar a meta do ano é o abatimento de gastos com investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O problema é que, mesmo considerando essa possibilidade, a conta está difícil de ser fechada. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, porém, afirma que ela será cumprida. "Falei e quero reiterar que em dezembro o resultado será positivo, dois dígitos com folga", afirmou.
Pela lei, o governo poderia abater até R$ 40,6 bilhões das obras do PAC, desde que esse montante tivesse sido efetivamente desembolsado. Até agora esses gastos somam R$ 28,4 bilhões.
Ao anunciar oficialmente que lançará mão do abatimento do PAC, o Ministério da Fazenda informou que só abaterá R$ 25,6 bilhões. Nessa hipótese, ainda faltam
R$ 30,7 bilhões para fechar a meta fixada. Daí a necessidade de maior contribuição dos bancos oficiais via pagamento de dividendos.