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Produção volta a cair e sinaliza 'ano perdido' para a indústria

IBGE aponta novo tombo em novembro, e expectativa é que 2012 feche com retração de 2,5%

Retomada verificada em outubro não se confirma; setores automobilístico, de petróleo e de minério de ferro puxam a queda

VENCESLAU BORLINA FILHO DO RIO

Sem reação aos estímulos do governo, a indústria deve fechar 2012 com queda de 2,5%, a maior desde 2009, quando sofreu os efeitos da crise financeira iniciada nos Estados Unidos.

A projeção do desempenho ruim se confirmou ontem, após a divulgação da pesquisa da produção industrial do IBGE referente a novembro: queda de 0,6% sobre o mês anterior e de 1% em relação ao mesmo período de 2011.

No acumulado do ano, a redução é de 2,6%.

"Esperava-se alguma reação no último trimestre de 2012, mas não é o que os dados dizem. Portanto, já se pode dizer que 2012 será um dos piores anos para a indústria", afirmou, em nota, o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Para o pesquisador Mauricio Canêdo Pinheiro, da FGV (Fundação Getulio Vargas), o governo não soube diagnosticar o problema da indústria: "2012 foi um ano perdido. Andou para trás. Os pacotes de benefícios não vão resolver o problema".

Para o Iedi, os resultados "decepcionantes" não confirmam a expectativa de retorno de um "razoável crescimento da indústria em 2013, o que seria indispensável para que o PIB (Produto Interno Bruto) voltasse a crescer no período".

Segundo o instituto, a indústria nacional vive uma crise caracterizada pela baixa competitividade e reduzida taxa de investimentos, que precisa ser atacada com esforços do governo e do setor para a inovação e os ganhos de produtividade.

"Ao governo cabe manter um ambiente competitivo, uma política econômica que não permita valorizações excessivas do real, ações efetivas para reduzir os custos do país e medidas de estímulo e indução dos investimentos privados", afirmou.

Para 2013, a consultoria LCA projeta alta de 4% na produção industrial, desde que o câmbio permaneça estável e desvalorizado e que as medidas de competitividade (desoneração da folha, redução energia e juros baixos) sejam mantidas.

RESULTADOS

A queda na produção industrial em novembro foi causada principalmente pela baixa extração de petróleo e minério de ferro e pela redução na fabricação de veículos.

As atividades estão ligadas às categorias que tiveram maior queda: bens de capital, intermediários e de consumo duráveis.

Segundo o IBGE, os resultados eliminaram parte do crescimento verificado em outubro, quando foram responsáveis pelo aumento de 0,9% (revisto para 0,1% por ajustes sazonais) na produção industrial.

Ainda de acordo com o IBGE, a queda na produção de veículos foi a maior desde janeiro de 2012, quando a indústria automotiva costuma dar férias coletivas.

Nos últimos três meses (setembro, outubro e novembro), a média da produção industrial caiu 1,2%, ante a alta de 2,1% verificada no trimestre anterior.

"Não se concretizou a recuperação ensaiada pela indústria nos meses anteriores", disse André Macedo, pesquisador do IBGE.


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