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Previdência buscará mais título privado

Com juro baixo e exigência de prazos mais longos nas carteiras, papéis de empresas devem ganhar importância

Títulos de empresas rendem mais do que os públicos, no entanto são considerados mais arriscados

CAROLINA MATOS MARIA PAULA AUTRAN DE SÃO PAULO

Para manter a rentabilidade diante da taxa Selic menor -que remunera os títulos públicos- e da exigência do governo de que os fundos de previdência invistam em papéis de prazo mais longo, os produtos voltados à aposentadoria deverão aplicar mais em títulos de empresas.

São papéis com risco maior que o dos títulos públicos, pois dependem da capacidade das companhias privadas de honrar seus pagamentos, mas que, por isso mesmo, rendem mais.

Na avaliação de economistas e gestores de recursos consultados pela Folha, a maior exposição a papéis privados será realidade não só nas carteiras de previdência privada, mas nos fundos de investimento em geral.

A ressalva no caso das aplicações para aposentadoria -tanto do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) quanto VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)- é que, por lei, os títulos privados não podem representar mais de 80% do total em carteira.

"Hoje, a composição desses fundos pode ser 100% em títulos públicos, mas não em privados", destaca Osvaldo Nascimento, presidente eleito da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) e diretor-executivo de produtos de investimento e previdência do Itaú.

"Daqui para a frente, acredito que essa norma deva ser revista para dar mais possibilidades aos fundos de previdência, que vão precisar manter a rentabilidade."

Enquanto essa revisão não ocorre, a busca por maior participação de papéis privados dentro do limite atual de 80% já deve ser observada.

Resta saber, ponderam especialistas, se as empresas vão emitir papéis de longo prazo na mesma velocidade da demanda dos fundos.

Discutir com setor privado e órgãos reguladores o desenvolvimento desse mercado faz parte da agenda 2013 da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Luiz Sorge, diretor da instituição, destaca que o ambiente atual de juros baixos é um "divisor de águas" para o segmento de previdência.

"Acabou o cenário de alta rentabilidade, baixo risco e alta liquidez. Para ter ganhos destacados, é preciso um gestor qualificado."

Nesse contexto, a busca de informação pelo investidor, tanto sobre as mudanças que têm ocorrido no mercado quanto sobre o histórico dos gestores de recursos -como bancos e seguradoras-, ganha ainda mais relevância.

"Também é importante que os gestores esclareçam cada vez melhor os clientes", diz Robert Van Dijk, vice-presidente da Anbima.

FUNDOS DE PENSÃO

Outra categoria de previdência, a dos fundos de pensão fechados, também sofreu alterações de regras e quem participa desses investimentos terá de mudar de atitude em relação aos aportes.

O CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) reduziu a rentabilidade mínima exigida desses fundos (a meta atuarial) de 6% ao ano, em 2012, para 4,5% ao ano, em 2018.

A norma começa a valer neste ano, com redução anual de 0,25 ponto percentual (para 5,75% neste ano) até atingir o mínimo estipulado.

Com isso, o investidor terá de aplicar mais por mês para obter a mesma rentabilidade individual que tinha com a meta anterior (veja quadro).

A modificação também foi feita para adequar os fundos de pensão à realidade de juros baixos, já que, com a taxa básica em 7,25% ao ano, uma meta de 6% é considerada difícil de alcançar.

"Já vinha acontecendo um movimento de compra de muitos títulos de longo prazo a taxas mais altas desde quando o governo começou a reduzir os juros", diz José Ribeiro Pena Neto, diretor vice-presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar).


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