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BC mantém juros em 7,25%, mas vê piora na inflação

Em decisão unânime, autoridade monetária também diz que recuperação da economia é 'menos intensa que o esperado'

Copom volta a afirmar que manterá Selic por tempo 'prolongado', mas há quem aposte em alta ainda neste ano

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Mesmo com a inflação esperada a caminho do teto oficial, o Banco Central decidiu manter os juros, pela segunda vez consecutiva, no menor patamar desde o Plano Real.

A taxa Selic, que serve de base para o custo dos financiamentos bancários e o rendimento das aplicações financeiras, ficará, segundo decisão unânime do Comitê de Política Monetária, nos mesmos 7,25% ao ano definidos desde outubro passado.

Em comunicado, o BC reconheceu que a inflação "apresentou piora no curto prazo". Mas disse ter considerado também que a recuperação da economia é "menos intensa que o esperado".

Embora nada surpreendente, dado que a aposta central do mercado é a estabilidade dos juros ao longo do ano, a medida está longe de significar conforto para o BC.

Pesquisa feita pela instituição entre analistas e investidores revela que a expectativa geral é de alta da inflação -que já superou o centro da meta de 4,5% anuais oficiais nos últimos três anos- durante este primeiro semestre.

Pela projeção mais consensual, o IPCA (índice oficial de inflação) vai acumular variação de 6,4% nos 12 meses encerrados em junho próximo.

É praticamente o limite máximo aceito para a inflação, de dois pontos percentuais acima da meta. Embora meta e teto sejam estabelecidos para o período de janeiro a dezembro, um estouro da taxa acumulada traria danos adicionais à credibilidade da equipe econômica.

Não por acaso, o governo Dilma Rousseff tem recorrido a expedientes pouco ortodoxos na tentativa de segurar a alta dos preços -por exemplo, pedindo às prefeituras de São Paulo e do Rio o adiamento dos reajustes das tarifas de transporte coletivo, como a Folha noticiou.

Os juros não sobem porque nem o Planalto nem o setor privado têm confiança na prometida recuperação da economia, após o decepcionante crescimento do Produto Interno Brito na casa de 1% no ano passado.

PRESSÕES OPOSTAS

Como os maus resultados da inflação e do PIB pressionam em direções opostas, o BC fala, desde outubro, em manter a Selic "por um período de tempo suficientemente prolongado", palavras repetidas ontem em nota.

Há quem aposte, no entanto, em uma permanência menos prolongada.

O economista-chefe da corretora Votorantim, Roberto Padovani, prevê que o BC vá voltar a elevar a taxa ainda neste ano.

Em sua opinião, a atividade econômica vai acelerar, acentuando a tendência de elevação dos preços, e os juros irão a 8,5% até dezembro.

"A política monetária está desenhada hoje para estimular a economia. À medida que a atividade retomar o crescimento, estímulos monetários serão menos necessários."

Já o Itaú Unibanco, que vê maior fraqueza na economia, chegou a projetar uma redução da taxa para 6,25%. No entanto, em relatório recém-distribuído a seus clientes, o banco aponta que a piora da inflação tornou menos provável esse cenário.


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