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Boeing-787 deixa de voar no mundo, após proibição nos EUA
Agência norte-americana suspende uso da aeronave após falhas de segurança e medida é seguida por outros países
Para poder voltar a operá-lo, empresas aéreas terão de fazer inspeção no modelo, o mais novo e moderno da fabricante e que conta com 800 pedidos
A FAA (agência de aviação dos EUA) lançou uma proibição de voo sobre os Boeing-787 Dreamliner, que, na prática, deixa em solo todos os 50 aviões em operação no mundo da fabricante.
Considerada radical, a medida ocorre após uma série de incidentes com o modelo, o mais novo e moderno da empresa: o mais recente foi um pouso de emergência no Japão, anteontem, após problemas na bateria.
Desde 1979, as autoridades americanas não tomavam uma decisão desse tipo.
Segundo as autoridades japonesas, o problema foi causado pelo superaquecimento das baterias de lítio.
A decisão da FAA, que certifica os aviões da Boeing, obriga as empresas aéreas a inspecionar os modelos para garantir que as baterias são seguras e que eles estão aptos para voar. A agência não deu detalhes sobre quando isso poderá acontecer.
Apesar de valer apenas para os Estados Unidos, a medida foi seguida ontem por outras autoridades nacionais.
Autoridades japonesas e indianas afirmaram que não está claro quando o avião poderá voltar a voar.
Um porta-voz da Agência Europeia de Segurança da Aviação disse que a região vai seguir a decisão da FAA.
No continente, apenas a polonesa LOT Airlines tem o 787 em sua frota. A empresa informou que vai buscar ressarcimentos com a Boeing por eventuais perdas.
Há 50 Dreamliner operando no mundo, em companhias dos EUA, do Japão, da Índia, do Qatar, do Chile, da Polônia e da Etiópia. Outros 800 estão encomendados.
Antes de tomar sua decisão, a FAA ordenou anteontem que os seis Boeing da americana United Airlines permanecessem em terra.
O anúncio levou o governo japonês a fazer o mesmo com as 17 aeronaves da All Nippon Airways (ANA) e as sete da Japan Airlines, que já estavam paradas na pista havia horas.
Segundo a ANA, manter seus 17 aviões em terra pode implicar custo de mais de US$ 1,1 milhão por dia.
CONFIANÇA
Uma das grandes apostas da Boeing, o 787 Dreamliner foi apresentado em setembro de 2011 como "o comercial mais avançado do mundo", após mais de três anos de atraso e prejuízos.
Em comunicado, o presidente da Boeing, Jim McNerney, disse que a segurança dos passageiros é sua "máxima prioridade".
"Temos confiança na segurança do 787 e em sua total integridade. Tomaremos todas as medidas necessárias, para assegurar segurança a nossos clientes e aos passageiros."