Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

CEO brasileiro vê receita maior em 2013

Pesquisa apresentada em fórum de empresários mostra que país fica em 4º lugar no otimismo dos executivos

Brasil é citado por 15% dos 1.330 presidentes como sendo um dos três países mais importantes para o crescimento das empresas

CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

Fatia substancial do empresariado brasileiro não compartilha o catastrofismo que, nos últimos meses, acompanha as análises sobre as perspectivas da economia no país. Ao contrário: 44% deles estão muito confiantes no crescimento das receitas de suas companhias, porcentagem de otimistas que só fica atrás da dos executivos russos (66% de otimistas), indianos (63%) e mexicanos (62%).

As perspectivas risonhas para os brasileiros superam o otimismo dos seus companheiros nas duas maiores economias do mundo -China, com 40% de executivos animados, e EUA, com apenas 30%- e também os da maior economia da Europa, a Alemanha, com expectativas positivas de 31%.

Esses números todos surgem da 16ª pesquisa anual feita pela consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), que entrevistou 1.330 CEOs (a sigla em inglês para executivos-chefes) em 68 países, no último trimestre do ano passado -o período em que começaram a surgir as dúvidas, críticas e desconfianças a respeito da economia brasileira.

Um segundo item da pesquisa também desmente o pessimismo: o Brasil aparece em terceiro lugar, atrás apenas dos gigantes China e Estados Unidos, quando executivos dos 68 países foram consultados sobre qual o país que lhes parece o mais importante para o crescimento futuro de suas companhias.

Apontaram o Brasil 15%, contra 10% que cravaram a Índia, cujo crescimento nos últimos anos tem sido significativamente maior.

Os resultados da pesquisa foram apresentados ontem, véspera da inauguração do encontro anual 2013 do Fórum Econômico Mundial. Como a divulgação do levantamento tornou-se tradicional antes da abertura do grande convescote de empresários, líderes políticos, acadêmicos e da sociedade civil, ele acaba sendo um termômetro do estado de ânimo da clientela principal do fórum, os CEOs.

Se é assim, dá para dizer que os executivos estão menos confiantes no crescimento no curto prazo do que no ano passado. Só 36% deles se disseram "muito confiantes", quatro pontos menos do que em 2012, mas acima do otimismo de 2010 (31%) e 2009 (21%). Resultado previsível, na medida em que 2009 e 2010 foram os anos em que a crise bateu mais forte.

OTIMISMO LATINO

Por áreas geográficas, o otimismo mora na América Latina: 53% esperam mais receitas neste ano, porcentagem similar à do ano passado. A confiança declinou em todas as demais regiões, inclusive na África, "vista por muitos como a próxima economia de alto crescimento", como diz o relatório. Executivos africanos otimistas eram 57%; agora, são 44%.

Como era previsível, o pessimismo mais disseminado se dá entre CEOs da encrencada Europa Ocidental.

De todo modo, o estado de espírito melhorou bastante quando a pergunta versa sobre a situação geral da economia, e não sobre as perspectivas da empresa de cada consultado: no ano passado, 48% achavam que a economia se deterioraria mais em 2012, ao passo que, agora, só 28% estão tão alarmados.

A maioria (52%) acredita que a economia ficará como está. Como não está bem, é natural que apenas 36% esperem resultados melhores para suas empresas.

A mais longo prazo (três anos), a perspectiva de receitas maiores melhora: são 46% os confiantes no crescimento de suas empresas, resultado praticamente igual ao do ano passado.

O relatório explica a cautela dos empresários a partir da preocupação com excesso de regulação estatal, dívida pública e instabilidade do mercado de capitais.

Os dois primeiros pontos são clássicos entre empresários, que detestam ver o governo metendo-se nos negócios, e temem que a dívida pública acabe fazendo estragos nas economias, como está ocorrendo com os EUA e muitos países europeus.

A preocupação com excesso de regulação foi apontada por 69% dos pesquisados, um recorde desde 2006. Dá a impressão de que o empresariado esqueceu depressa que a crise dos anos seguintes surgiu, em grande medida, pela falta de regulação, em especial do setor financeiro, e não pelo excesso dela.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página