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BC diz que juros baixos não mais aquecem economia do país

Ata divulgada ontem atribui baixo crescimento à dificuldade de produção das empresas, algo fora do alcance da política monetária

SHEILA D’AMORIM DE BRASÍLIA

Numa sinalização de que os cortes de juros se esgotaram como alternativa para tentar reativar a economia, a cúpula do Banco Central credita o baixo crescimento no país à dificuldade das empresas em produzir mais bens e serviços para acompanhar o ritmo do consumo.

Há "essencialmente limitações no campo da oferta", que a política monetária não pode resolver, já que é, "por excelência, instrumento de controle de demanda".

A avaliação, que consta na ata da mais recente reunião do comitê que define o patamar de juros no Brasil (o Copom), realizada na semana passada e que manteve a taxa em 7,25% ao ano, representa uma mudança de tom no discurso dos diretores do BC e deixa dúvidas se há espaço para uma alta da taxa básica no futuro.

Isso porque, além de destacar que os juros não são a solução para a retomada do crescimento econômico, a ata ressalta que aumentaram os riscos para inflação, com maior dispersão nos aumentos de preços ao consumidor, pressões sazonais, aumento das tarifas de transportes e o fim de isenções tributárias (o que pode elevar preços como o de automóveis).

AUMENTO DA GASOLINA

Na conta do Banco Central, combustíveis e preços administrados terão neste ano um peso maior no IPCA, o índice oficial de inflação. A novidade foi a projeção de um aumento de 5% no preço da gasolina -não confirmado pelo governo.

Também houve revisão da alta esperada para tarifas administradas por contratos ou monitoradas (de 2,4%, em previsão anterior, para 3%). Na ponta contrária, o BC prevê queda de cerca de 11% na tarifa residencial de energia.

Após considerar impactos positivos e negativos, o Banco Central acredita que o cenário contribuirá para que, "no curto prazo, a inflação se mostre resistente". E inflação em alta sugere taxa de juros maiores.

Os diretores não dão pistas sobre se isso exigirá uma elevação da taxa neste ano ou nem mesmo se o aumento se concretizará, já que o baixo patamar de juros é considerado estrutural e com "elevado grau de perenidade".

Em outros momentos, o Banco Central usou as chamadas medidas prudenciais para controlar a liquidez e, assim, os preços.

Em 2012, o IPCA ficou em 5,84%, acima do centro da meta de 4,5%, mas dentro do intervalo permitido que vai até 6,5%. Enquanto isso, a expectativa é que o crescimento tenha ficado abaixo de 1%.

Nesta semana, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou o compromisso da instituição com a inflação. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ele disse que fará "o que for preciso" para controlá-la.


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