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Análise

Calote alto das empresas é desafio para avanço dos investimentos

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Os dados recentes sobre o mercado de crédito ainda revelam barreiras à retomada da atividade econômica.

O cenário de inadimplência de pessoas físicas ensaia uma recuperação, embora moderada. Mas as empresas -responsáveis pelos investimentos- ainda apresentam alto nível de calote, sem sinal animador de melhora.

A inadimplência (que considera atrasos nas prestações acima de 90 dias) de pessoas físicas encerrou 2012 em 7,9%, repetindo o pico de vários meses do ano passado.

Apesar dessa fotografia ruim, os atrasos entre 15 e 90 dias nos empréstimos caíram de 6,9% em abril para 5,9% em dezembro. O movimento é citado pelos bancos como indicador de que a inadimplência tende a cair.

Essa esperada tendência, combinada à continuação da queda nas taxas de juros dos empréstimos, seria um sinal animador para a economia.

O problema é que a atividade no Brasil não está patinando por falta de consumo das famílias.

Como o próprio BC reconheceu em documento divulgado anteontem e economistas têm repetido à exaustão, a economia brasileira enfrenta gargalos de oferta.

Não há produção suficiente para atender à demanda das famílias, que, mesmo mais endividadas e lidando com o ritmo mais lento de expansão do crédito, continuam beneficiadas por um mercado de trabalho vigoroso.

Os motivos citados para a fraqueza da oferta são muitos: crise mundial, maior interferência do governo na economia doméstica, medo de apagão.

Outra pista revelada pelos dados de crédito é que o setor empresarial tem encontrado dificuldade para reduzir seu patamar de calote.

A inadimplência das pessoas jurídicas ronda 4% -nível historicamente elevado- desde outubro de 2011. Atrasos em empréstimos entre 15 e 90 dias também não apresentaram melhora significativa: estão um pouco acima de 2% desde o início de 2011.

Os calotes das empresas dispararam principalmente na modalidade de conta garantida, cuja taxa de juros -embora também tenha recuado- beira os 90%.

O desafio das empresas de sair do vermelho pode contribuir para o atraso na retomada dos investimentos.


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