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Bolsa brasileira demora mais a decolar

Desconfiança dos investidores e ajustes nas previsões de crescimento 'atrasam' retomada mais firme da Bovespa

Bolsas pelo mundo registram ganhos acima de 3% com cenário de menos risco à economia global neste ano

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

A desconfiança dos investidores quanto à recuperação da economia brasileira tem atrasado uma retomada mais firme da Bolsa do país.

Apesar de sinais que reforçam a perspectiva de um 2013 melhor que o ano passado, o Ibovespa, principal índice do mercado doméstico, subiu 0,36% no ano -1,41% em dólares, para comparação internacional -, enquanto Bolsas de Valores pelo mundo têm alta superior a 3%.

O bom desempenho dos mercados globais sugere menos pressão externa -eventos como a ruptura do euro, por exemplo, estão afastados- e mais disposição dos estrangeiros em investir. O grupo representa cerca de 40% da Bolsa brasileira.

Internamente, a perspectiva de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima de 3% em 2013, depois do avanço estimado em 1% em 2012, abre espaço para ganhos no mercado de ações.

O desempenho do Ibovespa aquém dos pares internacionais no início do ano se deve a um momento de ajustes de perspectivas e a um mau humor herdado de 2012.

No campo institucional, episódios como a medida provisória criada para reduzir a conta de luz, que redundou em perdas sucessivas nas ações das companhias elétricas, ainda pesam no ambiente de negócios.

Sobre a atividade econômica, analistas revisam os dados -incorporando riscos como racionamento de energia e descontrole inflacionário-para avaliar se a recuperação poderá se dar de tal forma a garantir os números inicialmente previstos.

A expectativa é que a maturação plena da queda do juro básico, hoje na mínima histórica de 7,25% ao ano, e de outras medidas de estímulo ajudem a eliminar, no primeiro semestre, as incertezas sobre o ritmo da atividade.

"O mercado de renda variável tem, sim, um bom horizonte para médio e longo prazo, mas é justamente a incerteza [sobre o fôlego da economia] que está freando a Bolsa", diz o analista-chefe da Coinvalores, Marco Barbosa.

Para José Carlos Luxo, professor de finanças do Insper, o cenário interno deve melhorar ao longo de 2013, o que traça perspectivas favoráveis para os pequenos investidores no mercado acionário.

Luxo destaca que esse público tem mais dificuldade que os grandes aplicadores, como fundos, em olhar mais para eventos futuros que para o passado e o presente.

"Entrar na Bolsa olhando para o retrovisor é como dirigir um carro da mesma forma: o motorista vai bater. O passado é só uma referência. O ano de 2013 tende a ser melhor que 2012", diz.

Aos iniciantes, os analistas recomendam alguns cuidados para evitar tropeços.

Em primeiro lugar, aplicar recursos que não sejam essenciais. Depois, pensar em um prazo mais longo de investimento, pelo menos três anos, e iniciar via fundos de ações, que têm gestores de recursos profissionais para escolher os melhores papéis.

Além disso, para entrar na Bolsa, é preciso ter sangue-frio e não se deixar afetar pela oscilação de preços no curto prazo. O que importa é o resultado da aplicação no final do período estabelecido.


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