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Sucesso da Beats nos EUA impulsiona mercado de fones

Com marcas de fones de ouvido, rappers injetam ânimo em setor, que movimenta cerca de US$ 1 bilhão por ano

Para especialistas, empresa acertou ao redefinir público-alvo e transformar produto em acessório de moda

MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

Autor de letras de rap que tratam de gangues, sexo e drogas nas ruas de Los Angeles, o rapper americano Dr. Dre se tornou o responsável pela reinvenção do mercado mundial de fones de ouvido.

Em cinco anos de existência, a Beats Electronics, empresa fundada por ele e pelo executivo da indústria fonográfica Jimmy Iovine em 2008, abocanhou uma fatia de 53% de um mercado estimado em US$ 1 bilhão nos Estados Unidos, segundo a consultoria especializada em tecnologia NPD Group.

Seu faturamento estimado chegou a US$ 500 milhões em 2011 e, agora, a companhia avança para outras áreas de negócios, como um serviço de streaming (transmissão on-line) de música.

Segundo especialistas, o principal trunfo da Beats foi apostar no segmento premium de fones de ouvido, posicionando o produto como um acessório fashion- contando, para isso, com a ajuda de um ex-diretor de design da Apple, Robert Brunner.

Seus aparelhos, que não custam menos de US$ 200, viraram febre principalmente entre jovens, incentivados por garotos-propaganda como Lady Gaga e Justin Bieber. No Brasil, os fones chegam a custar R$ 2.700.

"A Beats foi essencial para o crescimento do segmento de fones de ouvido premium. A proposta da marca, de se aproximar do consumidor final, e não somente de profissionais de áudio, criou um novo mercado", diz Benjamin Arnold, analista da NPD.

Parte de seu sucesso, diz Arnold, se deve ao uso de Dr. Dre como um "legitimador" da qualidade do produto. "Sua autoridade em música e sonoridade dão credibilidade ao produto", afirma.

Dão também muito dinheiro a Dr. Dre, que se tornou o músico mais bem pago do mundo em 2012, segundo lista elaborada pela revista "Forbes". O rapper deixou para trás estrelas como Elton John e Roger Waters.

DISPUTA

O improvável sucesso da Beats abriu uma disputa nesse mercado.

Em 2011, os também rappers 50 Cent e Ludacris lançaram suas linhas de fones de ouvido, Sync e Soul, respectivamente, em parceria com fabricantes.

A iniciativa deu origem a uma guerra de ações judiciais. Inicialmente, a Beats acusou Ludacris de violação de patente, que revidou alegando que a empresa de Dr. Dre tentava ameaçar a competição legítima. Os dois casos correm em sigilo.

FUTURO

Nos últimos meses, a Beats tenta se posicionar para além do mercado de fones de ouvido, com o licenciamento de sua marca para outros equipamentos eletrônicos e investimento em start-ups de tecnologia ligadas à música.

Segundo o analista de mercado Ross Rubin, da Reticle Research, a estratégia é acertada. "A Beats se tornou uma marca que faz parte da experiência de áudio, o que abre caminho para atuação em diferentes categorias."

Atualmente, a marca está presente em uma linha de notebooks da HP, em smartphones da HTC (que comprou uma participação na Beats, hoje minoritária) e até no equipamento de áudio de carros de luxo da Chrysler.


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