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Petrobras ganha fôlego; mercado se frustra

Presidente da estatal esperava reajuste da ordem de 7%; investidores consideram que endividamento pode aumentar

Anúncio na noite de terça surpreendeu a empresa; apesar da alta da gasolina, preço continua defasado

DENISE LUNA PEDRO SOARES DO RIO TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

A decisão de anunciar o reajuste da gasolina e do diesel anteontem tomou a própria Petrobras de surpresa.

Sabia-se internamente que a decisão não passaria de fevereiro, depois que as tarifas de energia caíram em média 18% para os consumidores residenciais, aliviando a pressão sobre a inflação.

Mas chamou a atenção a rapidez: a decisão do governo veio na terça para que o aumento já valesse a partir da meia-noite de quarta. A definição do percentual passou pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e teve o aval da presidente Dilma Rousseff.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, negociava com o governo um reajuste maior, na faixa de 7%, para a gasolina. Mas a empresa considera que os 6,6% ficaram de "bom tamanho" e proporcionarão folga de caixa à estatal.

A Folha apurou que a estimativa é que os novos preços de combustível injetem cerca de R$ 7 bilhões neste ano no caixa da empresa.

Já o mercado considerou o reajuste insuficiente ante o ambicioso plano de investimento de US$ 236,5 bilhões até 2016 e teme um endividamento maior da companhia para executá-lo.

Por isso, as ações preferenciais caíram 4,81%, e as ordinárias, 5,27%, enquanto o Ibovespa cedeu 1,77%.

A Petrobras já atingiu um nível de endividamento muito alto, o que está chamando a atenção das agências de rating, disse o analista da Planner Luiz Caetano.

Ele lembra que a companhia contava com a venda de ativos no valor de US$ 14,5 bilhões para equilibrar as contas, o que não aconteceu devido ao enfraquecimento do mercado internacional.

Já o consultor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires disse que o mercado refletiu duas frustrações: "Foi menos do que o BC indicava e trouxe receio de que um novo aumento só aconteça após as eleições de 2014, porque foi pontual, em cima da queda de tarifa que não vai acontecer de novo".

PREÇOS INTERNACIONAIS

Apesar de cair com o reajuste, a defasagem entre os preços dos combustíveis praticados no Brasil e a referência internacional (golfo do México) continua elevada.

As projeções de três consultorias ouvidas pela Folha variam de 6,7% (Tendências) a 11,2% (CBIE) para a gasolina e de 19,7% (CBIE) a 21,8% (Tendências) para o diesel.

Antes do aumento de preço, a defasagem da gasolina estava em 16,7%, e a do diesel, em 23,8%.

"O reajuste alivia um pouco, mas está longe do ideal. A Petrobras continua tendo prejuízo com a operação", diz Walter de Vitto, especialista em petróleo da Tendências.


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