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Após nova ação do BC, dólar perde força e fecha a R$ 1,989

Autoridade monetária fez leilão quando cotação bateu R$ 2, após Mantega dizer que moeda 'não vai derreter'

Governo considera patamar de R$ 2 ideal, pois não daria lenha para a inflação nem afetaria exportações

DE BRASÍLIA

O Banco Central voltou a intervir no câmbio ontem, amenizando tendência de alta do dólar, que havia sido desencadeada mais cedo por declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Pela manhã, Mantega declarara que a política cambial não mudou e que o governo não vai permitir "uma valorização especulativa do real".

"Não espere que o câmbio venha a derreter", disse o ministro, um dia após uma outra intervenção do Banco Central no câmbio ter alimentado, no mercado, suposições de que a autoridade monetária passaria a estimular uma queda no dólar para facilitar o controle da inflação.

O recado de Mantega levou o dólar a subir, recuperando o patamar dos R$ 2. A nova atuação do BC, anunciada no início da tarde, amenizou esse movimento, e o dólar encerrou o dia a R$ 1,989, em ligeira alta de 0,2%.

O BC fez um leilão de linha de crédito em moeda estrangeira no valor de US$ 1,27 bilhão, com data de recompra em abril.

Anteontem, decidira rolar US$ 1,85 bilhão em contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a uma venda de dólar no mercado futuro.

ESTRATÉGIA

Por trás dos esforços aparentemente contraditórios, está a estratégia do governo de manter a cotação do dólar em torno de R$ 2.

Esse patamar, na avaliação de interlocutores do governo, atende aos objetivos conflitantes da equipe econômica: de um lado, não quer que desvalorizações excessivas façam a inflação subir ainda mais. De outro, tenta evitar uma valorização exagerada do real para não prejudicar empresas e exportações.

Com a intenção de estimular investimentos, Fazenda e BC tentam garantir a estabilidade de duas variáveis importantes: câmbio e juros.

Sem isso,o ambiente fica arriscado para implantação de novas fábricas e projetos. E, sem investimentos, será difícil reverter o "pibinho" registrado em 2012 (estima-se crescimento abaixo de 1%).

O governo atua para que a oscilação seja pequena. Mantega afirmou ontem que variações no câmbio entre R$ 1,99 e R$ 2,03 não são "muito importantes".

Essa estabilidade cambial para garantir competitividade à indústria é uma bandeira da gestão Dilma Rousseff e faz parte do que Mantega chama de nova "matriz econômica", ao lado da política de juro baixo com controle da inflação e desonerações.

INSTRUMENTOS

Ele negou que a recente queda da cotação tenha sido proposital, para ajudar a controlar a inflação. "O câmbio não é instrumento de política monetária para baixar preços. Os instrumentos são o juros e outros mecanismos que o Banco Central pratica."

O ministro assumiu que a cotação varia, mas dentro de uma margem informal fixada pelo governo, e que "o câmbio é flutuante, mas, se exagerar na dose, a gente vai lá e conserta". (SHEILA D'AMORIM E CAROLINA OMS)

Com ANDERSON FIGO, colaboração para a Folha


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