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Indústria patina em 2012 e produção encolhe 2,7%

Crise global fez cambalear mercado externo e endividamento travou o interno

Redução atingiu 17 dos 27 setores pesquisados e chegou a segmentos que tiveram incentivo, como o de veículos

PEDRO SOARES DO RIO

A indústria viveu, em 2012, seu pior ano desde a crise global de 2009, num cenário de famílias mais endividadas, países em crise comprando menos do Brasil e ávidos para vender seus produtos aqui a preços reduzidos, e empresários receosos em investir.

Nem mesmo medidas de estímulo do governo como redução de impostos (de R$ 6,2 bilhões) e crédito do BNDES com juros subsidiados pelo Tesouro (em alguns casos, inferiores à inflação) foram capazes de evitar uma queda de 2,7% da produção industrial em 2012, medida pelo IBGE.

Em dezembro, a produção ficou estável e o indicador negativo -recuo de 0,4%- veio "menos pior" do que o previsto por analistas.

Para André Macedo, técnico do IBGE, a retração teve um perfil bastante generalizado, atingindo todas as categorias e 17 dos 27 setores.

Termômetro do investimento, a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos usados para a fabricação de outros produtos, na agricultura e em infraestrutura) caiu 11,8%, mais fraco desempenho desde 2009.

Desde setembro de 2011, a produção da categoria cai, num sinal de que a a capacidade produtiva do país não se amplia, um limitador para o crescimento do PIB. O resultado ruim é reflexo também do recuo das exportações para países em crise e grandes mercados para a indústria, como a Argentina.

Em 2012, mesmo em bens duráveis (eletrodomésticos e veículos), foco da redução de IPI, houve perda de produção, de 3,4%. "Seria pior sem o benefício tributário", pondera Fábio Ramos, economista da Quest Investimentos.

Com parte da renda das famílias comprometida para pagar dívidas, diz Macedo, o desconto do IPI teve efeito limitado para estimular vendas e produção.

Outro entrave ao aumento da produção em 2012 foram os estoques altos, sobretudo no primeiro semestre. Para 2013, empresários relatam menos produtos armazenados, o que abre espaço para novas encomendas e aumento de produção, diz Ramos.

A expectativa é de crescimento de cerca de 3%.

Rafael Bascciotti, da Tendências Consultoria, diz que, passada a fase mais aguda da crise externa, 2013 tende a crescimento, embora modesto. Indicador do HSBC baseado em relatos de executivos sobre estoques, encomendas e contratações aponta que a indústria pode ter iniciado uma retomada em janeiro, quando teve o maior crescimento em 23 meses.

Colaborou ÉRICA FRAGA, de São Paulo


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