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Análise

Energia mais barata pode ajudar setor a crescer em 2013

CELIO HIRATUKA ESPECIAL PARA A FOLHA

Os dados recém-divulgados pelo IBGE mostraram as dificuldades que o setor industrial brasileiro vem sofrendo, em grande parte reflexo do cenário de concorrência acirrada, uma das marcas da longa crise mundial, ainda não superada.

Apesar dos números negativos no acumulado do ano, os dados trimestrais revelam uma atenuação desses resultados desde o segundo trimestre de 2012, quando a retração da produção industrial foi de 4,4%. No quarto trimestre a retração foi de 0,6%.

Chama a atenção a recuperação dos bens de consumo duráveis, que saíram de uma retração de 7% no segundo trimestre para um crescimento de 5,6% no último trimestre de 2012. A preocupação, porém, mantém-se no setor de bens de capital (-11,8% e -9,7% nesses períodos).

Esse cenário cria dificuldades adicionais para tentar qualquer estimativa para os resultados de 2013. Alguns indicadores, como o volume de estoques e o número de consultas ao BNDES, permitem esperar uma demanda mais aquecida por bens de capital.

No entanto, as condições adversas na economia mundial tornam difícil antever o quando dessa demanda pode levar a um crescimento mais rápido das importações.

Um aspecto que deve certamente trazer impactos importantes é a redução do custo da energia. Considerando a mais recente Pesquisa Industrial Anual do IBGE, com dados de 2010, o gasto total com energia elétrica representava 3,1% do custo total de operação industrial e 3,7% do valor da transformação industrial.

Os efeitos sobre os custos industriais podem, porém, ter um efeito ainda maior, uma vez que setores importantes que fornecem insumos são mais intensivos em energia.

É o caso, por exemplo, da indústria metalúrgica e do setor de minerais não metálicos (principalmente cimento), ou do setor de borracha e plástico. Os efeitos ao longo das cadeias produtivas podem ampliar os efeitos diretos.

A indústria brasileira, no entanto, precisará investir em modernização e inovação para enfrentar o desafio de mais longo prazo de recuperar competitividade e de elevar a produtividade, para não interromper o ciclo virtuoso de elevação dos salários reais.

CELIO HIRATUKA é professor do IE-Unicamp


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