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Enfrentar barreira etária fica mais comum

Donos de empresas estendem sua presença no comando, e executivos na faixa dos 60 anos querem seguir com a carreira

Mesmo depois da aposentadoria, muitos executivos continuam nas empresas, porém agora como consultores

DE SÃO PAULO

Aos 76 anos, o empresário Nissim Hara dá expediente diário na sede da fabricante de lingeries Hope, que fundou e preside desde 1966.

Chega às 8h30, participa de reuniões, visita o departamento comercial, sua área preferida, e conversa com funcionários do marketing para saber os detalhes da nova campanha da marca.

Uma vez por mês, viaja para a fábrica da empresa em Maranguape, no Ceará, ou acompanha a inauguração de alguma das 115 franquias da marca pelo país.

Seu Nissim, como é conhecido, não pretende abandonar essa rotina tão cedo -mesmo com suas três filhas assumindo cada vez mais tarefas na gestão do negócio.

"Se estou bem, ligado, com a cabeça boa, vou parar para quê?", questiona.

Decidir enfrentar (ou adiar) o fim da carreira executiva ou empresarial está se tornando um dilema comum entre os homens de negócios no país.

Com o aumento da longevidade, o debate sobre a aposentadoria -ou "pós-carreira" como vem sendo chamada por especialistas- ganha força nos mundos corporativo e empresarial.

A crescente profissionalização das empresas no país, que estimulou o planejamento da sucessão de seus executivos, também contribui para esse debate.

Em companhias de capital aberto, que possuem regras mais rígidas de governança corporativa, os estatutos determinam um limite de idade para os ocupantes de cargos de alto escalão.

LIMITE

O teto varia de 62 a 65 anos, segundo a Mercer, consultoria de RH. Mas muitos executivos que estão nessa faixa etária ainda se sentem ativos e capazes de tomar decisões.

"As pessoas de 60, 70 anos não se sentem velhas", diz Fátima Zorzato, sócia da Russell Reynolds, consultoria de recrutamento de executivos.

Que o diga Carlos Fernando de Carvalho, 88, que há 50 anos comanda a construtora carioca Carvalho Hosken.

Dois de seus filhos trabalham na empresa e, diz ele, "estão entrosados no negócio". Mas o engenheiro segue no comando e, nos finais de semana, visita obras -a construtora tem empreendimentos na Barra de Tijuca, bairro do Rio que vai abrigar os Jogos Olímpicos de 2016.

"Cada corporação tem suas regras. A minha é trabalhar cada vez mais. Sinto como se estivesse começando a vida", afirma.

DIFERENTES REALIDADES

Hara e Carvalho são donos de suas empresas e isso permite que estendam sua permanência sem ter que consultar um conselho de administração ou acionistas.

Para executivos profissionais, a realidade é diferente. Mas Carolina Wanderley, da Mercer, afirma que, mesmo nesses casos, muitas empresas mantêm esses profissionais como conselheiros ou consultores.


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