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Análise

Combate à alta de preços pode atingir principais trunfos políticos de Dilma

O combate à inflação, até aqui centrado na redução de impostos, pode depender da queda dos níveis de emprego e salário -hoje, um dos principais trunfos políticos de Dilma

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Após o IPCA acima do esperado em fevereiro, o Banco Central deverá tomar sua próxima decisão sobre os juros com a inflação anual acima do teto estabelecido pela política monetária.

Segundo as projeções mais consensuais para a variação futura dos preços, a taxa acumulada em 12 meses ultrapassará, ao final de março, a marca de 6,5%, ou seja, dois pontos percentuais acima do centro da meta oficial.

O dado será conhecido em 10 de abril. Exatamente uma semana depois, o BC vai deliberar sobre os juros.

Até ontem, a aposta central de analistas e investidores era que o teto só seria superado em junho. Também ruiu a estimativa de que a inflação deste ano ficaria abaixo dos 5,84% de 2012.

Tais previsões, coletadas em pesquisa do BC, não podem ser acusadas de enviesadas ou catastrofistas, como o governo insinuava no início do mandato da presidente Dilma Rousseff.

Desde junho do ano passado, o IPCA tem ficado pouco ou muito acima do esperado pelo mercado, considerada a mediana das projeções -ou seja, o ponto que separa a metade mais otimista dos entrevistados da mais pessimista.

O pessimismo tem crescido mais rapidamente do que as medianas são capazes de captar. Ontem pela manhã, por exemplo, o Itaú Unibanco calculava inflação de 0,48% em fevereiro, antes da divulgação do resultado.

Surpreendido pelo número do mês passado, o banco também elevou a previsão para março, de 0,45% para 0,55%, em comunicado distribuído aos clientes.

Por trás da piora das expectativas está a desconfiança do mercado quanto à disposição do Banco Central de tomar as medidas necessárias -leia-se alta dos juros- para domar a escalada dos preços.

O IPCA superou o centro da meta (4,5%) nos últimos três anos, o que não impediu a instituição de reduzir suas taxas de juros ao menor patamar desde o Plano Real, na tentativa de obter um crescimento menos anêmico da produção e da renda.

Ainda que o BC tenha dado os primeiros sinais de que pode voltar a agir, não se sabe em quanto os juros terão de ser elevados nem se haverá autonomia para tanto.

Em bom português, o combate à inflação, até aqui centrado na redução de impostos, pode depender da queda dos níveis de emprego e salário -hoje, um dos principais trunfos políticos de Dilma.


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