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Avianca pede ao governo ajuda para comprar TAP

Planalto vê com bons olhos criação de 'superaérea' luso-brasileira

Ajuda financeira via BNDES não está descartada; Efromovich já tentara adquirir empresa em 2012

RENATA AGOSTINI VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

O executivo Germán Efromovich decidiu pedir ajuda ao governo brasileiro para uma nova tentativa de compra da companhia aérea portuguesa TAP.

A operação de venda, que estava na fase final, foi cancelada pelas autoridades portuguesas em dezembro, sob o argumento de que o executivo não apresentara as garantias financeiras necessárias.

O acordo havia sido estimulado pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), e a suspensão logo depois de sua condenação a mais de dez anos de prisão pelo mensalão levou a especulações no mercado de que haveria relação entre os dois fatos.

Efromovich era candidato único à compra.

Desta vez, o governo brasileiro pretende dar apoio oficial à operação, abrindo espaço para a criação de uma "superaérea" luso-brasileira.

Segundo disseram à Folha interlocutores da empresa e do governo, a ideia é que a aquisição agora seja feita pela Avianca Brasil, e não pelo grupo Synergy, holding que controla os negócios de Efromovich, como proposto na primeira tentativa de compra.

A ajuda financeira do governo brasileiro via BNDES não está descartada, mas a avaliação do governo é que o executivo tem capital suficiente para bancar a operação.

TRIPLA NACIONALIDADE

Efromovich, que tem nacionalidade brasileira, colombiana e polonesa, é dono da Avianca Brasil e da colombiana Avianca-Taca e tem um portfólio vasto de negócios, incluindo dois estaleiros.

A criação da superaérea é vista com bons olhos pelo governo brasileiro, que, no passado, acalentava a ideia de lançar a TAM na empreitada.

Com a mudança no capital da companhia, que vendeu parte de suas ações, tornando-se sócia da chilena LAN, o plano foi engavetado.

O governo tem acompanhado as negociações por meio do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio). Há três semanas, ele e o executivo se encontraram em Brasília.

A nova companhia nasceria com receitas de R$ 7,5 bilhões, frota de 106 aeronaves e capacidade de transportar 15 milhões de passageiros.

EMPECILHOS

A lucratividade da superaérea, contudo, seria um desafio. Com dívidas de mais de R$ 2 bilhões, ou 35% de seu faturamento, o lucro da TAP em 2012 foi de R$ 40 milhões.

Do lado da Avianca Brasil, o lucro veio apenas no ano passado, segundo declarações recentes de executivos da empresa, e os planos de investimento nos próximos anos superam R$ 3 bilhões.

Segundo apurou a Folha, apesar de o governo português não ter liberado o novo edital, continuam as conversas entre Efromovich e as autoridades portuguesas.

O impasse nas negociações neste momento está no debate sobre a dívida da TAP.

Efromovich, que ofereceu R$ 3,5 bilhões pela empresa, boa parte para cobrir o endividamento, propôs arcar com o passivo da TAP com fornecedores, mas deixar pendências trabalhistas e tributárias com o governo português.

As autoridades do país, por enquanto, não aceitam as condições.

Procurado, Efromovich não quis dar entrevista.


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