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Alívio da Petrobras para a Bolsa de SP deve ser pontual
Para analistas, alta de quase 9% das ações da estatal foi momentânea, com reajuste do diesel; incertezas sobre economia pressionam
O novo reajuste nos preços do diesel ajudou as ações da Petrobras a subir quase 9% na semana passada e trouxe alívio para a Bovespa.
Porém, especialistas afirmam que essa alta dos papéis da Petrobras foi pontual e não deve ser suficiente para impulsionar a Bolsa paulista de modo consistente.
"A ação da empresa não vai continuar subindo assim todos os dias", disse o analista Luiz Otavio Broad, da Ágora Corretora. Na última sexta-feira, houve queda de 3%.
O movimento dos papéis da estatal é importante para o rumo da Bolsa. As ações preferenciais da Petrobras (mais negociadas) têm peso de 8,3% no Ibovespa, o que ajuda a explicar a alta de 2,7% do índice na semana passada, a maior desde novembro do ano passado.
Para o estrategista Hamilton Alves, do BB Investimentos, a tendência é que a Bolsa retome sua trajetória de alta quando o governo der sinais mais claros de que pretende aumentar os juros para controlar a inflação, o que deve acalmar os investidores.
Na semana passada, o governo manteve o juro básico em 7,25% ao ano. Alves diz, porém, que turbulências no exterior podem pesar contra.
Apesar da alta na semana passada, o Ibovespa ainda cai 4,1% no ano (alta de 0,9% em dólares), enquanto outras Bolsas pelo mundo sobem até 9,9% (veja quadro).
Até os mercados da Europa, que segue mergulhada em uma crise financeira e política, têm mostrado desempenho melhor que o brasileiro.
O principal fator que tem travado a retomada da Bolsa doméstica neste ano é a desconfiança dos investidores em relação à eficácia do intervencionismo do governo para estimular a economia, dizem especialistas.
Houve, por exemplo, corte de impostos e de tarifas de energia elétrica, mas persistem as dúvidas sobre o ritmo de retomada do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que, em 2012, subiu 0,9%, abaixo da expectativa.