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Com obras atrasadas, Belo Monte amplia contratações
Hidrelétrica terá 5.000 operários além do previsto no pico da construção
Com 28 mil homens no segundo semestre, consórcio quer encerrar o ano com metade do projeto concluído
Com o cronograma atrasado, a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, terá 5.000 operários a mais que o previsto inicialmente para o pico da obra, chegando a 28 mil homens.
Esse batalhão de trabalhadores representa 18% da população de Altamira, onde fica o canteiro de obras.
O objetivo da medida é finalizar o ano com 50% do empreendimento concluído, deixando o cronograma folgado para o restante dos trabalhos.
De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), 33,4% da obra deveria estar concluída no fim do mês passado. A Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte, disse que o andamento atual está "próximo dos 30%", mas não informou o percentual exato.
No final de janeiro, 21,8% dos trabalhos estavam concluídos, segundo os dados mais recentes da Aneel.
Os operários estão construindo as casas de força da hidrelétrica, escavando diques e finalizando a infraestrutura dos canteiros, como vias de acesso e alojamentos.
Para a Aneel, a concretagem das casas de força deveria estar mais adiantada. Outras etapas anteriores também descumpriram prazos.
ACIMA DO PREVISTO
O número total de trabalhadores em Belo Monte hoje é de 21 mil. O pico da obra deverá ser atingido já no segundo semestre deste ano.
A previsão era que essa fase teria 23 mil operários, mas agora a estimativa é de 28 mil, para acelerar o andamento.
Não há informações sobre um possível aumento de custo com o acréscimo da mão de obra. A hidrelétrica está orçada em R$ 28,9 bilhões.
Os funcionários têm feito protestos que provocaram atrasos. Em 2012, fizeram greve e incendiaram alojamentos. Na semana passada, voltaram a queimar alojamentos, insatisfeitos com o corte de um adicional salarial.
A Força Nacional de Segurança reforçou a vigilância em Belo Monte, mas o maior número de operários dificultará o controle de protestos.
O cronograma da obra, iniciada em junho de 2011, prevê que em fevereiro de 2015 a primeira turbina comece a gerar energia. A última das 18 turbinas deve começar a girar em janeiro de 2019.