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Consumidor não deve sentir efeito integral de desoneração da cesta

Analistas preveem que um terço da redução de tributo será absorvido como margem por empresários

Ainda assim, corte de impostos na cesta básica deve deixar inflação abaixo da meta (6,5%) neste mês

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

A desoneração da cesta básica deve contribuir para segurar os preços até junho e evitar que a inflação supere o teto da meta estipulada pelo governo (6,5%) neste mês, dizem analistas. Mas o desconto não deverá chegar por inteiro aos consumidores.

Estimativa feita por economistas do Bradesco indica que um terço da redução de impostos deverá ser absorvido pelos empresários para recompor margem de lucro.

A redução de impostos poderia ter um impacto de 0,60 ponto percentual a menos na inflação. Mas, segundo estimativas do banco, deverá ficar ao redor de 0,40 ponto.

"Acreditamos que haverá alguma recomposição de margem por parte do varejo, ainda que seja a parcela minoritária", afirma relatório, divulgado ontem.

IMPOSTO VIROU MARGEM

A avaliação tem como base o comportamento dos empresários em duas desonerações recentes: a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de automóveis e de eletrodomésticos.

No primeiro caso, 16% do corte de imposto ocorrido em 2012 foi absorvido pelos empresários. No caso dos eletrodomésticos, o repasse foi menor e 60% ficaram retidos nas empresas.

O Bradesco levou em consideração a variação de preços nos primeiros meses após a vigência do desconto do imposto para os dois produtos.

Para Fábio Romão, da LCA Consultores, o impacto da desoneração da cesta básica poderia alcançar até 0,80 ponto percentual a menos na inflação (considerados efeitos indiretos). Mas deve ficar ao redor de 0,45 ponto.

Um dos fatores é que a cadeia nesses setores é mais longa -há mais etapas entre o produtor e o consumidor. E se trata de produtos de consumo indispensável.

Apesar de ter impacto menor do que o praticado pelo governo, a redução do tributo deve baixar a inflação já neste mês e terá efeitos sobre os índices de preços até junho. O que deve ser um alívio para o Banco Central.

Analistas acreditavam que a inflação acumulada em 12 meses furaria o teto da meta de 6,5% em março, depois de surpreender para cima em janeiro e fevereiro. E permaneceria alta até junho, quando as passagens de ônibus de Rio e SP deverão subir.

A desoneração da cesta básica mudou essa percepção. Nas novas projeções da LCA, divulgadas ontem, a inflação deve ficar dentro do intervalo de tolerância em março (6,47%) e se afastar do teto da meta. "Diminuem as chances de a inflação superar a meta, mas o risco ainda existe", diz Romão.

Com isso, investidores reduziram apostas de alta da taxa de juros (hoje em 7,25% ao ano) no curto prazo. Os contratos para janeiro/14 (mais negociados) recuaram 1,5%, de 7,96% para 7,84%.


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