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13% dos fundos cortam aplicação inicial

Objetivo é incentivar a entrada de pequenos investidores; maioria dos que reduziram valor inicial é de renda fixa

Cliente deve avaliar os custos antes de optar, alertam especialistas; taxa e imposto comem boa parte dos ganhos

CAROLINA MATOS MARIA PAULA AUTRAN DE SÃO PAULO

Este ano começou com 13% dos fundos de varejo do país, voltados ao pequeno investidor, cobrando menos pela aplicação inicial.

Ao longo de 2012, 75 produtos -sendo 73% de renda fixa e DI, cuja rentabilidade mais sofre no cenário atual de juros baixos- diminuíram o valor exigido para o primeiro aporte. Em 2013, não houve reduções até fevereiro.

Os dados são de um levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) feito para a Folha.

Os cortes chegaram a 99%. Alguns fundos de renda fixa tiveram o aporte inicial reduzido de R$ 5 mil para R$ 50, ou de R$ 20 mil para R$ 1 mil (nesse caso, queda de 95%).

O número de fundos com redução em 2012 é mais de cinco vezes o registrado em 2011 (14 produtos, ou 2% do total daquele ano).

O estudo revela ainda que, dos fundos com cortes no ano passado, 53 têm aporte inicial mínimo de R$ 1 até R$ 25 mil, faixa mais acessível ao pequeno investidor. Em 2011, nove reduziram nessa faixa.

A intensificação dos cortes indica um esforço dos gestores de fundos em atrair o investidor iniciante, que, muitas vezes, só experimentou a caderneta de poupança e que, com o juro básico no menor nível histórico (7,25% ao ano), procura alternativas.

Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima, destaca que as decisões sobre as regras dos fundos seguem "as estratégias internas" de cada gestor, mas admite o aumento da concorrência entre as empresas por clientes.

"A aplicação mínima inicial é a primeira barreira para a entrada de investidores e sua redução tem mais efeito na captação de novos clientes do que a queda da taxa de administração", afirma.

A taxa de administração é um dos custos de um fundo de investimento. Ela remunera o trabalho do gestor.

CUSTOS

E é pelos custos que os produtos de renda fixa podem representar uma "armadilha", alerta Samy Dana, economista e professor da FGV. "Hoje, o investidor tem acesso ao Tesouro Direto. Por que pagar o gestor de um fundo se a maioria dos papeis são opções em que se pode investir diretamente?", questiona.

Para Alexandre Chaia, professor do Insper, instituto de ensino e pesquisa, com a redução dos ganhos dos fundos de renda fixa, os bancos perceberam que os investidores migrariam para produtos fora da indústria de fundos, como debêntures (títulos emitidos por empresa) ou ações.

"Para não perder o cliente, abriram ao investidor a possibilidade de aplicar em fundos que têm taxa de administração menor [reduzindo o valor inicial da aplicação] e que antes eram inacessíveis."


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