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Venda de elétrica deve gerar R$ 1,9 bi para Eike
Dinheiro obtido será usado para reduzir dívidas de empresas e elevar garantias
Empresário deixa de ser o maior acionista da empresa, mas não haverá mudança no bloco de controle
O empresário Eike Batista deve levantar perto de R$ 1,9 bilhão com a venda da metade de sua participação na MPX, empresa de energia, para os sócios alemães da E.ON.
O anúncio deve ocorrer ainda nesta semana e o dinheiro será utilizado para renegociar parte das dívidas e elevar o valor das garantias dadas aos bancos credores, já que elas ficaram "insuficientes" com a forte queda no valor das ações do grupo.
O empresário dava as ações das companhias como garantia dos empréstimos. A Folha apurou com parte dos credores que não há uma pressão imediata para Eike elevar as garantias, até porque o valor das ações pode subir. Essa é a principal aposta após o negócio com a E.ON.
Com o negócio, o empresário deixará de ser o maior acionista individual da MPX, fundada em 2007. A empresa confirmou que estuda o negócio, mas não detalhou.
Eike ficará com quase 27%, enquanto os alemães elevarão sua participação dos atuais 11,7% para 38,65%.
Como a MPX faz parte do Novo Mercado, segmento da da BM&FBovespa de alta transparência e de respeito aos minoritários, a venda de participação pode obrigar a E.ON a pagar o prêmio de controle ("tag along") aos demais acionistas.
Para evitar isso, haverá um aumento de capital em que tanto Eike quanto a E.ON serão diluídos. A operação permitirá ainda a captação de dinheiro novo para a empresa e a entrada do BTG Pactual (maior banco de investimento da América Latina e que desenhou a operação) e do BNDESPar como sócios.
Segundo fontes, dessa forma não configurará mudança de controle da empresa.
A MPX atua na geração de energia a partir de termelétricas e usinas eólicas e solares. (TONI SCIARRETTA)