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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Medidas simples e baratas aliviariam portos
Filas intermináveis de caminhões à espera de descarga de grãos nos portos. O ano de 2013 repete o de 2012 e o de 2014 repetirá o de 2013. Como sair desse círculo vicioso?
O problema é sério, mas boa parte pode ser resolvida rapidamente, diz Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, associação que reúne produtores da oleaginosa.
As opções são rápidas e baratas. É só uma questão de inverter a logística. Em vez de fazer a soja e o milho do Centro-Oeste rodarem 2.000 quilômetros para chegar aos portos do Sul e do Sudeste -e congestioná-los-, o país deverá direcionar essa saída para o Norte e o Nordeste.
Para isso, o governo precisaria fazer investimentos para terminar a rodovia 163. A viabilização dessa rodovia faria com que já no próximo ano o país conseguisse desovar pelo menos 10 milhões de toneladas de soja pelos portos do Norte, principalmente por Santarém, no Pará.
Outra saída é pela rodovia 158 que, devidamente apta ao transporte, faria com que a soja fosse desovada para os portos de Marabá e de Itaqui.
Silveira acredita que, com pouco investimento do governo, pelo menos 30 milhões de toneladas de grãos estariam saindo por esses portos em dois ou três anos, desafogando o sistema engessado do Sul e do Sudeste.
Outra vantagem, segundo ele, é que o governo também não necessitaria fazer grandes investimentos, uma vez que parte desses portos é de propriedade privada.
O presidente da Aprosoja Brasil indica, ainda, uma outra saída de custos reduzidos. Uma rodovia de pequena distância entre Cáceres (MT) e porto Morrinho (MT), o que viabilizaria o escoamento de safra via hidrovia pelo rio Paraguai.
Outra saída para a redução do movimento de carga durante os primeiros meses do ano seria a ampliação da capacidade de armazenagem.
Silveira diz que só o Mato Grosso precisaria dobrar essa capacidade. A liberação de crédito, no entanto, é morosa e os bancos são reticentes na liberação de dinheiro.
Além de aliviar os portos, o aumento de armazenagem daria um controle maior aos produtores nas negociações de seu produto. Um silo para 6 mil toneladas demanda R$ 1,5 milhão, valor que seria amortizado em sete anos, diz Silveira.
Etanol O início de colheita de cana-de-açúcar por algumas usinas já começa a alterar os preços do mercado. As usinas paulistas venderam o álcool hidratado a R$ 1,2037 por litro nesta semana, um valor 5% inferior ao de três semanas.
Em alta Já o anidro, que é misturado à gasolina, subiu 0,32%, para R$ 1,3357 por litro na porta das usinas. Esses valores foram coletados pelo Cepea e não contêm impostos.
Em SP Nos postos de abastecimento da cidade de São Paulo, o álcool teve alta de 0,15%, com o preço médio subindo para R$ 1,998. Já a gasolina teve queda de 0,11%, conforme pesquisa da Folha.
Trigo A Conab colocou 50 mil toneladas do produto em leilão ontem para abastecer a indústria moageira. Foram vendidas 17,9 mil toneladas.
Soja A colheita da oleaginosa atinge 60% no país, segundo a AgRural.
Embrapa identifica espécie da nova lagarta
A nova praga que afeta a produção de grãos em várias regiões do país é a espécie Helicoverpa armigera. Uma lagarta exótica, que tem o primeiro relato no Brasil, vem causando prejuízos aos agricultores. Ela é originária da Europa, Ásia e Oceania.
A descoberta, feita por pesquisadores da Embrapa, foi com base em material coletado em Bahia, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso.
Além de características taxonômicas convencionais, os cientistas utilizaram sequências de DNA obtidas dos insetos, que apresentaram alinhamentos com 99% a 100% de identidade, com sequências de H. armigera.
A identificação da espécie é determinante para garantir a eficiência de qualquer ação de controle e manejo. O Ministério da Agricultura será notificado na segunda-feira.