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Chipre faz acordo para ter resgate europeu

A poucas horas do fim de prazo, ilha aceita fechar o segundo maior banco do país em troca de pacote de R$ 26 bi

Pacto obteve aval de ministros da Europa; depósito de mais de € 100 mil de banco em quebra sofrerá perdas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A poucas horas do prazo final para evitar um colapso financeiro, autoridades do Chipre aceitaram ontem liquidar o segundo maior banco do país e impor fortes perdas a seus correntistas em troca de um pacote de resgate de € 10 bilhões (cerca de R$ 26 bilhões) da União Europeia.

"Estou contente", disse o presidente cipriota, Nicos Anastasiadis, ao fim da reunião de mais de dez horas em Bruxelas, na Bélgica.

Anastasiadis, que durante às negociações ameaçou renunciar, fechou as diretrizes do acordo que salva a ilha da quebra com os ministros de Finanças da zona do euro, líderes do FMI e do Banco Central Europeu (BCE).

O novo pacto não precisará da chancela do Parlamento do Chipre, que rejeitou na semana passada um acordo que provocou a ira da população porque taxava depósitos de qualquer valor.

Pelo acertado ontem, o governo do Chipre vai fechar o Laiki, o segundo maior banco do país, e transferir para o Banco do Chipre todos os depósitos abaixo de € 100 mil. Os acima desse valor, não protegidos pela legislação europeia, serão congelados. Ainda não está definido as perdas dos correntistas dos demais bancos.

A economia do país -um paraíso fiscal muito visado por investidores ingleses e russos- depende quase totalmente do sistema financeiro. Para especialistas, a falta de alternativas para reverter o receita recessiva do FMI e do BCE poderia determinar o abandono da moeda comum.

A despeito da diminuta dimensão -a ilha responde por apenas 0,2% do PIB da região-, há temor de contaminação, em especial na Grécia.

As divergências residem na dimensão do aperto imposto pelos europeus. Para liberar um resgate estimado em € 10 bilhões (cerca de R$ 26 bilhões), eles exigem € 5,8 bilhões em cortes, impostos e taxas sobre depósitos.

Na semana passada, o Parlamento local negou uma taxação de 6,7% sobre depósitos acima de € 100 mil.

O governo cipriota decretou novo limite de saque, de € 100 ao dia, aos correntistas dos dois maiores bancos locais. O teto anterior era de € 260. A população fez filas em mercados e caixas eletrônicos e protestou na capital, Nicósia, contra o confisco de poupanças e as perspectivas de desemprego e recessão.

A Rússia também ameaça retaliar a UE. Estima-se que investidores locais possuam € 30 bilhões em depósitos no país, metade do total e 80% daqueles acima de € 100 mil.


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