Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Reino Unido reduz benefícios a imigrantes

Premiê anuncia restrições ao direito de estrangeiros a seguro-desemprego, assistência médica e moradia popular

União Europeia reage à sugestão de Cameron de que cidadãos do bloco viajam ao país para usar sistema de saúde

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou ontem um conjunto de medidas para dificultar o acesso de imigrantes à rede de proteção social do Reino Unido.

Ele prometeu restringir o direito de estrangeiros a receber seguro-desemprego, atendimento médico gratuito e moradia popular, mesmo tendo permissão legal para viver e trabalhar no país.

A ofensiva gerou novo atrito com a União Europeia, que reagiu a uma afirmação do premiê de que cidadãos de outras nacionalidades estariam viajando para usar o sistema de saúde britânico.

O pacote de Cameron inclui a criação de um limite de seis meses para a ajuda financeira aos imigrantes sem ocupação permanente. "Depois deste prazo, vamos cortar o benefício", afirmou.

Ele acrescentou que só continuará a receber seguro-desemprego o estrangeiro que provar ter "chances reais" de conseguir um lugar no mercado de trabalho.

O britânico disse que vai reforçar a cobrança aos países de origem dos europeus que buscarem tratamento no NHS (National Health System), o SUS do Reino Unido.Ele afirmou que o N da sigla significa "nacional", e não "internacional".

O porta-voz da União Europeia para emprego e políticas sociais, Jonathon Todd, reagiu com irritação. "A maioria absoluta dos europeus que se muda para outro país-membro busca trabalho, não benefícios", disse.

Na habitação, os imigrantes terão que residir no Reino Unido e pagar impostos por ao menos dois anos antes de se inscrever nos programas de moradia popular.

Cameron também anunciou um reforço no cerco aos imigrantes ilegais. Disse que proprietários de imóveis terão que checar documentos antes de alugar para estrangeiros e prometeu "enrolar o tapete vermelho e mostrar a porta de saída" a quem estiver no país sem permissão.

ELEIÇÕES

O premiê deu forte tom eleitoral ao lançamento do pacote. Convocou a imprensa para uma universidade no sudeste da Inglaterra e discursou diante de uma bandeira estilizada do Reino Unido.

Ele acusou os governos trabalhistas que o antecederam de terem deixado a imigração "muito alta" e "fora de controle" até sua eleição, em 2010.

As medidas foram recebidas como uma nova reação ao crescimento do Ukip, sigla direitista que combate os imigrantes e alcançou 16% das intenções de voto em pesquisa divulgada anteontem pelo jornal "The Observer".

O Partido Conservador de Cameron tem 28%. Está dez pontos percentuais atrás dos trabalhistas, que voltariam ao poder se as eleições de 2015 fossem hoje.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página