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Grupo dos Brics cria alternativa ao FMI

Bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá reservas de US$ 100 bi para serem usadas em crises

Contribuição da China será a maior, US$ 41 bi; Brasil nega que ação esteja ligada à piora da crise na zona do euro

PATRÍCIA CAMPOS MELLO ENVIADA ESPECIAL A DURBAN

Os Brics devem anunciar hoje o primeiro resultado concreto desde que o grupo foi oficialmente criado, em 2006: uma espécie de "FMI" do bloco.

Conforme a Folha noticiou no último sábado, a presidente Dilma Rousseff, ao lado dos líderes de Rússia, Índia, África do Sul e China, deve apresentar o Arranjo de Reservas Contingenciais, uma espécie de cheque especial de US$ 100 bilhões para ser usado em caso de crises financeiras. O arranjo seria uma alternativa dos Brics ao FMI.

Para o governo, essa seria uma prova de que Brics não é apenas uma sigla imaginada pelo economista Jim O'Neill com as iniciais dos países envolvidos, mas uma organização que dá resultados concretos. O arranjo de reservas é semelhante ao acordo de Chiang Mai (entre Japão, China e países asiáticos), de US$ 250 bilhões.

No caso do FMI dos Brics, a Folha apurou que a China contribuiria com US$ 41 bilhões, Brasil, Índia e Rússia com US$ 18 bilhões cada um, e a África do Sul com US$ 5 bilhões, em valores preliminares. Cada país teria direito a sacar inversamente à sua contribuição -ou seja, os sul-africanos teriam direito de sacar o maior montante.

O FMI dos Brics poderá ser acionado quando houver crise de liquidez e o país tiver dificuldades para financiar suas necessidades, por não obter crédito internacional.

Para empréstimos de mais de 20% do valor da cota a que tem direito cada membro dos Brics, o FMI atuará como consultor para avaliar a saúde financeira do país, mas não terá nenhum papel na governança do banco.

Segundo fontes do governo, a criação do arranjo e do banco do Brics vem sendo negociada há mais de 10 meses e nada tem a ver com o acirramento da crise europeia.

O discurso do FMI era que países emergentes não deveriam continuar acumulando reservas, porque colaboravam para desequilíbrios globais; deveriam, em vez disso, contar com o FMI como um fundo global de reservas. O arranjo é justamente um fundo de reservas, mas só dos Brics e para os Brics.

O próximo passo será a criação do banco dos Brics, que seria uma alternativa ao Banco Mundial. Mas a constituição do banco é mais complicada, e a instituição pode demorar para sair do papel.

O banco teria capital de US$ 50 bilhões, mas o potencial de empréstimos totais poderia chegar a cerca de US$ 500 bilhões.

Um dos seus grandes objetivos será o financiamento de obras de infraestrutura.

TROCA DE MOEDAS

Brasil e China assinaram ontem um acordo para troca de moedas ("swap") no valor de R$ 60 bilhões.

O objetivo da linha é ser usada em momentos de emergência, como ocorreu na crise de 2008, quando houve retração no crédito mundial.


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