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Coreia do Norte afirma estar pronta para ataque nuclear contra os EUA

Secretário americano da Defesa diz que ameaças norte-coreanas são perigo real para a região

Pentágono vai deslocar sistema antimíssil para o Pacífico; Coreia do Sul ameaça usar força para proteger trabalhadores

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Em nova subida de tom na escalada retórica dos últimos dias, o Exército da Coreia do Norte anunciou ontem estar pronto para um ataque nuclear aos EUA, em represália à "política hostil" da Casa Branca em relação ao país e à pressão internacional contra seu programa nuclear.

Antes da ameaça, os EUA já haviam anunciado que enviarão nas próximas semanas um sistema avançado de defesa antimísseis para a ilha americana de Guam, no Pacífico, para defender suas bases na região.

"Informamos à Casa Branca e ao Pentágono que a hostilidade crescente dos EUA para com a Coreia do Norte e a sua irresponsável ameaça nuclear serão esmagadas pela força de vontade dos soldados e do povo e por (...) meios de ataque nuclear leves, diversificados e de ponta", diz a nota norte-coreana.

O comunicado do Estado-Maior do Exército norte-coreano, divulgado ontem pela agência estatal KCNA, prossegue: "Nesse sentido, a operação implacável das Forças Armadas revolucionárias já foi examinada e ratificada".

Pyongyang já anunciara anteontem, após uma série de ameaças à Coreia do Sul e aos EUA, que reativará todas as suas instalações atômicas, incluindo o reator de Yongbyon, desativado desde 2007 por acordo internacional.

Em resposta, o Pentágono disse que o sistema de defesa -que inclui radares, mísseis interceptadores e um caminhão lança-mísseis- será instalado em Guam para garantir a segurança dos cidadãos do país e de seus aliados na área.

Em palestra na Universidade de Defesa Nacional, em Washington, o secretário da Defesa, Chuck Hagel, disse que as ameaças norte-coreanas são um perigo claro e real e uma ameaça aos EUA e a toda a região Ásia-Pacífico.

PARQUE INDUSTRIAL

Em outro lance da escalada de tensão, a Coreia do Sul ameaçou ontem usar a força para proteger os trabalhadores do país no parque industrial de Kaesong, situado em território norte-coreano.

Cerca de 800 empregados sul-coreanos permaneceram em Kaesong depois que o regime comunista da Coreia do Norte decidiu barrar o acesso de pessoas e carga do país vizinho ao complexo.

O ministro da Defesa sul-coreano, Kim Kwan-jin, disse que "todas as opções" serão consideradas caso a segurança dos trabalhadores que permaneceram em Kaesong seja ameaçada.

Chegou a dizer que o Exército sul-coreano é capaz de destruir 70% da primeira linha de defesa do país vizinho em cinco dias. A Coreia do Norte não respondeu.

É a primeira vez que a opção militar é citada pelos sul-coreanos para garantir o funcionamento de Kaesong desde a sua inauguração.

Criado em 2003 com capital privado sul-coreano, dentro do programa de reaproximação das Coreias, o complexo de Kaesong é a única colaboração econômica entre os países, oficialmente em estado de guerra há 60 anos.

O complexo representa uma fonte de renda importante para a empobrecida Coreia do Norte, que se beneficia do comércio bilateral e dos salários pagos aos operários, um total estimado em US$ 80 milhões anualmente.

Pouco mais de 53 mil norte-coreanos trabalham no local, além dos cerca de 800 sul-coreanos. O parque produziu o equivalente a US$ 470 milhões no ano passado em bens como roupas e relógios.

Com agências de notícias


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