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Pyongyang desloca míssil com poder de atingir o Sul
Artefato não tem alcance para chegar aos EUA, afirma ministro sul-coreano
'Momento da explosão se aproxima', diz nota norte-coreana; imagens de satélite indicam novas obras em reator
Da inflamada retórica belicista das últimas semanas -que levou os EUA a reforçarem a sua capacidade militar na região-, a Coreia do Norte começa a dar sinais de que está passando à ação.
Ontem surgiram indícios de movimentação da artilharia norte-coreana, horas depois de o regime emitir mais uma estridente ameaça de ataque aos americanos.
Kim Kwanjin, ministro sul-coreano da Defesa, disse a parlamentares que Pyongyang deslocou para a costa leste da Coreia do Norte um míssil de médio alcance.
Kim negou a notícia, veiculada no Japão, de que o míssil seria um KN-08, que tem alcance de 10 mil km e poderia atingir a Costa Oeste dos EUA -segundo ele, parece destinado "a um teste balístico ou exercício militar".
O ministro sugeriu que o míssil seja do modelo Musudan, com alcance de 2.400 km, capaz de atingir a Coreia do Sul e o Japão, mas não territórios americanos como a ilha de Guam e o Havaí.
Uma fonte do governo dos EUA citada pela rede CNN reiterou os indícios, baseados na interceptação de comunicações internas, de que a Coreia do Norte poderia estar preparando um lançamento de mísseis em breve.
Na manhã de quinta (noite pelo horário de Brasília), o regime do ditador Kim Jong-un voltara a subir o tom da retórica, afirmando que o Exército fora autorizado a atacar os EUA com armas nucleares.
"O momento da explosão se aproxima rapidamente", afirmou o Exército norte-coreano, em um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA. "A guerra pode começar hoje ou amanhã."
Antes da ameaça, Washington anunciara o envio de um sistema avançado de defesa antimísseis a Guam, no Pacífico, que abriga bases navais e aéreas dos EUA.
Segundo um centro de estudos americano, a reativação do reator nuclear de Yongbyon, anunciada pelo regime norte-coreano, pode ser concluída antes do esperado.
Imagens de satélite analisadas pelo Instituto EUA-Coreia da Universidade Johns Hopkins indicaram obras em uma torre destruída em 2008, após o reator ser desativado.
"Pelo que somos capazes de ver por fora, [as obras] podem ter começado entre fevereiro e março", disse à Folha Jenny Town, pesquisadora que participou do levantamento realizado pelo instituto. As imagens sugerem que o reator poderia estar em operação num prazo de semanas.
Pyongyang manteve pelo segundo dia o bloqueio à entrada de sul-coreanos no parque industrial de Kaesong, que fica em território norte-coreano, mas é operado em conjunto pelos dois países.
Colaborou JOANA CUNHA, de Nova York