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Diplomatas e analistas minimizam ameaça de ataque

DE WASHINGTON DE NOVA YORK

O governo americano se recusa a "premiar" o mau comportamento da Coreia do Norte de novo e está minimizando a ameaça de ataque com mísseis aos Estados Unidos, segundo diplomatas americanos ouvidos pela Folha.

Pedindo anonimato, eles recordam que em 1994, quando o pai do ditador Kim Jong-un chegou ao poder, houve igualmente uma escalada na retórica e ameaça de guerra entre os dois países.

O novo secretário de Defesa, Chuck Hagel, ordenou movimentações militares na Ásia, mas os diplomatas dizem que, do lado dos EUA, cautela é a palavra de ordem. Definem com o termo "realismo cauteloso" a gestão Obama em relação a ameaças vindas também do Irã e da Síria.

Em Washington, há o reconhecimento de uma nova situação na península Coreana, com novos governantes dos dois lados falando a seus públicos domésticos, do jovem ditador à nova presidente sul-coreana, Park Geun-hye, há um mês no cargo.

"A retórica norte-coreana é bastante agressiva, mas as ameaças são sempre maiores que a capacidade deles de cumpri-las", disse à CNN James Rubin, porta-voz do Departamento de Estado durante o governo de Bill Clinton.

O ex-governador do Estado do Novo México Bill Richardson, que liderou missões americanas para a Coreia do Norte, também disse que o governo está de "cabeça fria" para lidar com o país asiático. "Nenhum ataque deve acontecer, seria suicida", afirmou ele à rede MSNBC.

As redes de TV norte-americanas também reduziram a cobertura da ameaça.

Para Jonathan Pollack, da Brookings Institution, apesar de ser ainda imprevisível para seus adversários no xadrez internacional, Kim Jong-un tem um discurso carregado de condicionais.

"A linguagem dele sempre usa esses elementos. Sua ação está sempre condicionada a uma outra ação vinda do lado americano", afirma Pollack, que não espera nenhum ataque.

"Estamos lidando com uma pessoa nova, diferente do pai. Mas acho que essa retórica tem um propósito mais doméstico. O objetivo é reforçar internamente a imagem dele. Essas obras no reator justificam o discurso."

O poder nuclear norte-coreano também permanece embalado em dúvidas. "Não há capacidade para atingir os EUA. Mas não temos conhecimento para responder a tudo", pondera Pollack.

(RAUL JUSTE LORES E JOANA CUNHA)


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