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Coreia do Sul prevê teste de mísseis do Norte nesta semana

Em meio ao aumento da tensão, americanos cancelam lançamento de projétil para evitar agravamento da crise

Premiê da China, tradicional aliada de Pyongyang, critica tom belicista adotado pelo país vizinho

MARCELO NINIO DE PEQUIM

A movimentação militar e a recomendação para que diplomatas considerem desocupar suas embaixadas até quarta-feira parecem indicar que esta é a data escolhida pela Coreia do Norte para um teste de mísseis.

A previsão é do governo sul-coreano, que se declarou em estado de "prontidão militar" e voltou a advertir o inimigo do norte que qualquer agressão será respondida com força.

A expectativa de que os norte-coreanos usem a sua artilharia em um exercício militar eleva a tensão regional, depois que, na sexta-feira, os embaixadores estrangeiros no país foram instruídos a planejar uma retirada até o próximo dia 10.

Apesar do alerta, nenhum dos 24 países com representação diplomática em Pyongyang demonstrou intenção de deixar a Coreia do Norte.

"Por ora, todas as missões diplomáticas e representações de organismos internacionais permanecem em Pyongyang", disse à Folha ontem, por e-mail, o embaixador do Brasil na Coreia do Norte, Roberto Colin.

Ele negou que o governo norte-coreano tenha dito que não poderá garantir a segurança das embaixadas após o dia 10, como afirmaram algumas agências de notícias.

Único aliado de peso e principal parceiro comercial da Coreia do Norte, a China manifestou preocupação com a crise e fez uma crítica velada ao tom belicista adotado por Pyongyang.

"Nenhum país deve ter permissão para jogar a região e o mundo no caos para obter ganhos egoístas", disse o presidente chinês, Xi Jinping.

Na semana passada, o governo sul-coreano anunciou ter detectado a movimentação de dois mísseis "de alcance considerável" para a costa leste da Coreia do Norte, que seriam usados para um teste balístico.

Os mísseis de médio alcance (cerca de 2.400 km) não seriam capazes de chegar às bases norte-americanas no Pacífico, alvos declarados da Coreia do Norte, mas a Coreia do Sul e o Japão poderiam ser atingidos.

"Se uma guerra limitada for deflagrada, a Coreia do Norte deve ter em mente que sofrerá danos multiplicados", advertiu ontem a porta-voz do governo sul-coreano, Kim Haeng.

ARMISTÍCIO

As duas Coreias estão em estado de guerra há 60 anos e sua fronteira é considerada a mais militarizada do mundo. A Guerra da Coreia terminou em 1953 com um armistício, não um acordo de paz.

De acordo com o embaixador brasileiro, o vice-chanceler norte-coreano lhe disse que considera a crise atual "a mais grave desde 1953".

Desde que sofreu novas sanções da ONU em março, por realizar um teste nuclear, a Coreia do Norte adotou uma série de retaliações.

Além de ameaçar os EUA com um ataque nuclear, declarou nulo o tratado de armistício de 1953 e anunciou que reativará todas as suas instalações nucleares.

Em meio às tensões, os americanos cancelaram um teste de mísseis planejado para ser realizado na Califórnia. Segundo o Pentágono, o objetivo é evitar mal-entendidos que possam agravar a crise.

Numa tentativa de conter a escalada, a Suíça se ofereceu ontem para sediar um encontro entre representantes das duas Coreias.


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