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Chega ao fim última parceria entre Coreias

Pyongyang anuncia retirada dos cerca de 53 mil cidadãos que trabalham no parque industrial de Kaesong

Fim do projeto deverá representar o corte de uma das poucas fontes de moeda forte para a Coreia do Norte

MARCELO NINIO DE PEQUIM

A última área de cooperação entre as Coreias, países em estado de guerra desde 1953, começou a ser fechada ontem, em meio à tensão nuclear que ronda a península nas últimas semanas.

Depois do presidente da China, Xi Jinping, que no domingo alertou para o risco de a crise coreana mergulhar "a região e o mundo no caos", ontem foi a vez de o presidente da Rússia manifestar sua preocupação.

Em visita à Alemanha, Vladimir Putin disse que uma guerra na península coreana faria o acidente nuclear de Tchernobyl (1986) parecer "um conto de fadas".

O governo da Coreia do Norte anunciou a retirada dos cerca de 53 mil cidadãos do país que trabalham no parque industrial de Kaesong, operado com capital e gerência sul-coreanos. Na manhã de hoje (fim de noite no Brasil), os trabalhadores não apareceram para trabalhar.

O fechamento de Kaesong ocorre na esteira das ameaças de guerra disparadas recentemente pelo regime norte-coreano. Pyongyang acusa os EUA e a Coreia do Sul -atualmente em temporada de exercícios militares conjuntos- de atos de hostilidade.

Na manhã de ontem, a escalada parecia estar prestes a atingir um novo nível de tensão, quando o ministro da Unificação sul-coreano, Ryoo Kihl-jae, disse haver indícios de mais um teste nuclear da Coreia do Norte em breve.

A declaração logo dominou o noticiário da região. Horas depois, porém, a assessoria do ministro recuou, afirmando que os preparativos nucleares do vizinho são "normais" e não indicam teste iminente.

Foi justamente um teste nuclear norte-coreano em fevereiro, o terceiro desde 2006, um dos estopins da crise. Em resposta, o Conselho de Segurança da ONU aprovou nova rodada de sanções. Pyongyang reagiu com ameaças.

Uma delas, o fechamento do parque industrial de Kaesong, começou ontem a ser transformada em ação.

Operado com mão de obra barata da Coreia do Norte, o complexo abriga 123 empresas sul-coreanas, e é um dos últimos laços entre os dois países, depois que Pyongyang cortou a comunicação militar com Seul, em meados de março.

"É uma tragédia que a zona industrial que deveria servir a reconciliação nacional, união e paz, tenha sido reduzida a um teatro de confronto", disse Kim Yang Gon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano.

Caso confirmado, o fechamento de Kaesong representa o fim de uma das poucas fontes de moeda forte da Coreia do Norte e de 53 mil postos de trabalho a cidadãos do país. O ministério da Unificação sul-coreano calcula que em 2012 foi pago um total de US$ 80 milhões (R$ 160 milhões) em salários.


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