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Acre decreta 'emergência' por imigrantes

Novas rotas de entrada ilegal no Estado levam a boom de estrangeiros, vindos não só do Haiti, mas de África e Ásia

Falta espaço, colchão e água para imigrantes; governador cobra ação do Itamaraty para atender à demanda

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

O governo do Acre decretou ontem situação de emergência social nos municípios de Brasileia e Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia, devido a um novo boom de imigrantes ilegais entrando no Brasil por aquela região.

A novidade é que o fluxo de haitianos fugindo da pobreza agravada pelo terremoto que devastou o país em 2010 somou-se a pessoas oriundas de países como Senegal, Nigéria, Bangladesh e República Dominicana.

Após um período de estabilização do fluxo imigratório, 1.100 imigrantes entraram no Acre pela fronteira nos últimos 15 dias, segundo o governo do Estado, o que pôs a região em alerta.

"A rota [aberta por haitianos] se transformou numa rota organizada internacionalmente por coiotes [atravessadores], que encontraram as fronteiras de Equador, Peru, Bolívia e Brasil abertas", disse o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão.

Uma das novas rotas de entrada é a de senegaleses que saem da África em direção à Espanha e de lá embarcam para o Equador. No país sul-americano, eles se juntam aos haitianos. A partir dali, a rota mais frequente passa por Peru e Bolívia até o Acre.

Com o aumento do fluxo, mais de 1.200 imigrantes, a maioria haitiana, se espremem em um abrigo para 200 pessoas em Brasileia, à espera de protocolos de entrada no país, emitidos pela PF e que permitem o trânsito rumo a outras regiões brasileiras.

Como a PF emite hoje apenas dez protocolos por dia, esses imigrantes estão "estacionados" em Brasileia. "O problema mais difícil é espaço, colchão e água. E uma possível epidemia de dengue ou malária", disse o secretário.

COBRANÇA

O governador do Acre, Tião Viana (PT), disse que o Estado é incapaz de resolver o problema sozinho e cobrou ação federal. "O Estado já assumiu mais de R$ 3 milhões no tratamento dessa questão. A União nos ajudou com R$ 600 mil, mas precisamos de uma medida definitiva do Ministério das Relações Exteriores."

O Itamaraty informou que se reuniu ontem com representantes dos ministérios da Justiça e do Desenvolvimento Social para tratar do tema.


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