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Isto é MADURO

Presidente interino da Venezuela colecionou deslizes e não raro constrangeu seguidores ao tentar emular o carismático Chávez

FLÁVIA MARREIRO ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

Nicolás Maduro prometeu aos eleitores: não iria mais imitar passarinho em comícios, já que seus assessores o advertiram de que não pegava bem entre os chavistas.

Apesar de declarar, anteontem, que abandonaria referências a sua mais famosa frase como candidato presidencial --a de que Hugo Chávez lhe apareceu em forma de passarinho--, Maduro saltou pássaros em seu último comício. O comportamento errático é revelador da campanha-relâmpago que levará a Venezuela às urnas no domingo.

O mandatário interino, escolhido pelo antecessor como herdeiro, colecionou deslizes em horas a fio diante das câmeras e não raro constrangeu seguidores ao tentar emular o carismático Chávez com canto, dança e piadas.

"Em campanha, ele é mais ou menos", diz a manicure Arnelis González, 23, que foi ao último ato de Maduro ontem em Caracas, contundente manifestação de força do chavismo que reuniu milhares em sete largas avenidas.

Para Arnelis, o ex-chanceler quer ser Chávez, mas se perde ao falar. "Não o conhecemos ainda. Vamos ver como vai governar." Nas mãos dela, um ônibus de papelão com um desenho de Maduro, mimo distribuído pela campanha para reforçar a identidade popular do candidato, ex-motorista de ônibus.

"Chávez traçou a rota, Maduro leva o volante", diz outro panfleto, um dos poucos trunfos da estratégia eleitoral governista para além da exploração da imagem e do luto de Chávez --o outro foi transformar o bigode do candidato em uma marca pop.

"É importante que ele tenha sido motorista. Mostra que, não importa de onde a gente venha, podemos chegar longe", segue Arnelis, que mora na Grande Caracas e há um ano ganhou uma das 300 mil casas distribuídas pelo governo desde 2011 num megaprograma habitacional.

Maduro é favorito nas pesquisas, mas analistas e institutos dizem que os dias de campanha intensa prejudicaram os números do governista.

Segundo Oscar Schemel, do instituto Hinterlaces, a diferença entre ele e o opositor Henrique Capriles caiu de 18 para 10 pontos, mesma diferença que mostra levantamento do Datanálisis.

"Maduro cometeu alguns erros, mas não muda significativamente a correlação de forças", afirma Schemel. "Não é só fervor quase religioso que liga a população à Chávez, há uma identificação com o modelo de inclusão. A oposição promete eficiência, mas não mudança de modelo. O chavismo ganhou o debate ideológico."


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