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EUA veem Pyongyang capaz de míssil nuclear
Norte-coreanos dominam tecnologia para produzir artefato, avalia relatório do Pentágono obtido pelo 'New York Times'
Documento do governo dos EUA ressalva que a confiabilidade das armas deve ser baixa, por questões técnicas
O jornal americano "The New York Times" informou ontem em seu site que um relatório produzido pela inteligência do Pentágono chegou à inédita conclusão, "com moderada confiança", de que a Coreia do Norte tem tecnologia para usar armas nucleares em tamanhos compatíveis com mísseis balísticos.
Até então, sabia-se que o regime de Pyongyang tinha capacidade de produzir artefatos nucleares, mas não existia confirmação de que era capaz de lançá-los em mísseis.
Segundo o jornal, o documento, de autoria da Agência de Inteligência de Defesa, foi distribuído aos altos escalões do governo e a membros do Congresso norte-americano.
Mesmo dentro do governo Obama, segundo o "NYT", há desconfiança sobre essa conclusão do Pentágono.
A agência foi um dos órgãos que argumentavam com mais veemência que o regime de Saddam Hussein, no Iraque, detinha armas nucleares --o que depois não se mostrou verdade.
Segundo o jornal, há a ressalva de que a confiabilidade dessas armas deve ser baixa, dados os grandes desafios técnicos na produção adequada de ogivas nucleares que sobrevivam ao voo e detonem no alvo desejado.
A existência desse relatório foi divulgada ontem pelo deputado republicano Doug Lamborn, que mencionou um resumo durante reunião do Congresso. O documento foi produzido no mês passado.
Segundo a Reuters, um porta-voz do Pentágono afirmou que "seria impreciso sugerir que o regime norte-coreano testou, desenvolveu ou demonstrou totalmente os tipos de capacidade nuclear indicados no relatório".
RETOMADA DO DIÁLOGO
Em meio à crescente tensão na região, o governo da Coreia do Sul pediu ontem que a Coreia do Norte retome rapidamente o diálogo com o país. "Pyongyang deve comparecer à mesa de negociações imediatamente", afirmou em entrevista coletiva o ministro sul-coreano da Unificação, Ryoo Kihl-jae.
O chamado ao diálogo tem como principal objetivo a retomada das operações do complexo industrial conjunto de Kaesong, fechado na terça-feira por decisão unilateral de Pyongyang.
Situado no sudeste da Coreia do Norte, a poucos quilômetros da zona desmilitarizada que separa as duas Coreias, o complexo industrial de Kaesong é o único projeto intercoreano vigente e abriga 123 companhias da Coreia do Sul, que empregam 54 mil norte-coreanos.
O ministro sul-coreano afirmou que a suspensão das atividades do complexo não ajuda o futuro do povo coreano e está causando grandes prejuízos tanto às empresas da Coreia do Sul quanto aos operários da Coreia do Norte. Pyongyang ameaça tornar a paralisação definitiva.