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Hospital teve de improvisar para tratar vítimas

DA ENVIADA A BOSTON

Antes da explosão de duas bombas na linha de chegada da maratona de Boston na última segunda, os médicos de plantão nas tendas de socorro esperavam atender apenas problemas rotineiros, como desidratações e torções.

"Fiquei surpresa, pois estávamos supridos de material para esse caso, sem saber que precisaríamos", disse à Folha a médica Megan Leo, que dirigiu a tenda para a triagem dos mais de 170 feridos.

"Com a ajuda de voluntários, em dez minutos reconhecemos e distribuímos os pacientes com maior perda de sangue e em estado mais grave, tentando não sobrecarregar nenhum hospital."

A reportagem obteve autorização do BMC (Boston Medical Center) para circular pelo departamento de emergência que, há exatamente uma semana, recebeu alguns dos casos mais sérios, de pacientes que foram submetidos a amputações.

Foi possível observar os corredores largos que deram velocidade ao atendimento, as salas de trauma com localização estratégica para a entrada de ambulâncias e o sistema de alertas on-line que os médicos têm recebido a cada desdobramento.

"Lidamos muito com esses casos, mas nessa quantidade e ao mesmo tempo foi algo inédito. Liberamos leitos ocupados por pacientes que já estavam aqui em melhor estado. Em cerca de duas horas, a sala de emergência já estava vazia como num dia normal", lembra a médica Annemieke Atema.

Em menos de meia hora, nove salas de cirurgia foram colocadas em operação. As decisões mais difíceis e definitivas, como amputações, foram tomadas em conjunto.

As três mortes registradas no atentado à maratona são as que ocorreram na própria explosão. Entre os socorridos, todos estão vivos.

"Isso seria possível no Brasil? Teremos estrutura para os eventos esportivos? No Brasil, há hospitais cujas salas de trauma ficam no segundo andar", afirma o cardiologista brasileiro João Daniel Fontes, que, ao saber das bombas, avisou que estava à disposição.

Boston é reconhecida internacionalmente como um centro de pesquisa médica e pela tecnologia hospitalar.

Na recepção do BMC, uma bandeira assinada por médicos e enfermeiros que atuaram na guerra do Iraque indica que a equipe recorreu à sua experiência em eventos drásticos. (JOANA CUNHA)


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