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Paraguai só volta ao Mercosul se aceitar Caracas, diz Brasil

A posição se choca com o discurso anterior de Brasília de que bastavam eleições livres para a reintegração

A situação deve permanecer sob impasse até a posse do presidente Horacio Cartes, em agosto

DA ENVIADA A ASSUNÇÃO DE BRASÍLIA

O Brasil defende que o reingresso do Paraguai ao Mercosul ocorra apenas se o país vizinho aceitar a Venezuela como sócia do bloco.

Essa condição se choca com a posição anterior do governo Dilma, que vinculava a volta dos paraguaios ao Mercosul à realização de eleições livres --Horacio Cartes foi eleito presidente anteontem sob respaldo internacional.

O país foi suspenso em junho, em razão do controverso impeachment-relâmpago do então presidente Fernando Lugo. Brasil, Argentina e Uruguai aproveitaram o "exílio temporário" do vizinho para inserir a Venezuela.

Em outubro, o chanceler Antonio Patriota afirmou que o retorno do Paraguai poderia ocorrer "assim que se retomar a vigência democrática". Para a diplomacia brasileira, não se trata de novas imposições.

Segundo um alto funcionário do governo, o Mercosul se ampliou e não há volta nisso; portanto, cabe ao Paraguai dizer se concorda com o desenho atual, já que o "modelito que vestia o Mercosul em 2012 é da coleção passada".

Por volta das 15h de ontem, Dilma conversou durante cinco minutos com Cartes por telefone. Segundo nota da Presidência, ela "desejou um governo bem-sucedido e ressaltou a disposição para recompor as relações bilaterais e do Paraguai com o Mercosul".

Cartes foi convidado para a reunião de cúpula do Mercosul, prevista para o fim de junho em Montevidéu, mas recusou porque só assume o cargo em 15 de agosto. O novo Congresso será empossado um mês antes, mas não deve tocar na questão até a posse de Cartes.

Assinado pelos governos dos quatro países do bloco em julho de 2006, o Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul foi ratificado pelos congressos de Argentina, Brasil e Uruguai. O ex-presidente Lugo, que apoiava a ideia, evitou mandar o texto ao Senado por saber da resistência ao texto, principalmente dos colorados.

Dois meses após sua destituição, os senadores recusaram o protocolo, por 31 votos a 3. O documento terá de passar novamente pela Casa -- tecnicamente, ainda não se sabe como isso ocorrerá.

O certo é que a nova composição do Senado pode ser um entrave. Os colorados conseguiram 19 dos 45 assentos. Cartes afirmou que há uma "predisposição" de todos em aprovar "o que for bom para o país".

Segundo um assessor próximo a ele, uma Venezuela sem Hugo Chávez já é mais bem vista pelos colorados.

Ainda que eles sejam convencidos em aprovar o ingresso da Venezuela, será preciso costurar alianças com a oposição. A coalizão dos liberais, que também se opôs à proposta, obteve a segunda maior bancada, com 15 cadeiras. (ISABEL FLECK, FERNANDA ODILLA E NATUZA NERY)


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