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EUA veem indícios de uso de armas químicas pela Síria

Chuck Hagel (Defesa) diz que agências de inteligência têm variados 'graus de confiança' sobre uso de sarin

País ainda busca provas definitivas, porém; se uso for confirmado, pode ser razão para iniciar uma guerra

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse ontem que o serviço de inteligência do país tem indícios do uso de gás sarin, uma arma química, pelo governo sírio contra os rebeldes do país.

"A inteligência americana avalia com graus variados de confiança que o regime sírio usou armas químicas em pequena escala na Síria, especificamente o agente químico sarin", disse Hagel, durante viagem aos Emirados Árabes Unidos, reproduzindo carta enviada a senadores.

Em agosto passado, enquanto resistia a decretar uma intervenção americana na Síria, o presidente Barack Obama disse que o uso de armas químicas contra a população civil seria uma "linha vermelha" que ele não permitiria que o regime do ditador Bashar Assad ultrapassasse. "Mudaria o jogo", ameaçou.

A Casa Branca não adiantou como responderia à descoberta, mas vários senadores pediram ontem "ação" ao presidente Obama.

A declaração de Hagel aconteceu dias após a acusação similar de um general israelense de que a Síria estava usando armas químicas, durante visita do secretário americano a Israel.

"A comunidade de inteligência tem coletado informação nesse tema por algum tempo e a decisão de chegar a uma conclusão foi feita nas últimas 24 horas", disse Hagel. "Isso viola todas as convenções de guerra", acrescentou. O governo, no entanto, disse que esperava provas "mais conclusivas" sobre o uso, a origem e a escala antes de tomar providências.

CAUTELA

Um assessor da Casa Branca, que conversou com a imprensa para dar informação de bastidores, afirmou que ainda não se decidiu o que será feito com tal informação.

"Continuamos a trabalhar para estabelecer um julgamento definitivo se o sinal vermelho foi ultrapassado para decidir o que temos a fazer depois", disse o membro do governo, que pediu anonimato.

"Se alcançamos uma determinação definitiva de que o sinal foi ultrapassado, o que faremos é consultar nossos aliados e amigos e a comunidade internacional, além da oposição síria, para determinar o que é a melhor atitude a tomar", disse.

Ele também citou os erros de inteligência sobre o Iraque e suas armas de destruição em massa que foram usadas como argumento para a invasão do Iraque como razão para a cautela.

O senador republicano John McCain, candidato derrotado por Obama à Presidência em 2008, disse ontem que o presidente "não fez nada por dois anos, permitindo um massacre na Síria". "Estou decepcionado, mas não me surpreende o uso de armas químicas."

Para McCain, os EUA precisam fornecer armas para a oposição, estabelecer uma área protegida para os rebeldes e decretar uma zona de interdição do espaço aéreo.

McCain mandou uma carta ontem para Obama pedindo uma resposta "pública".

"Não me surpreende. Bashar [Assad] está lutando por sua vida. A questão é o que os EUA vão fazer. Eles não querem intervir", avaliou Moshe Maaoz, professor emérito da Universidade Hebraica.


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